Texto I Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Deve, todavia, o príncipe fazer-se temer de modo que, se não adquire amizade, evite ser odiado, porque pode muito bem ser ao mesmo tempo temido e não odiado; o que sempre conseguirá desde que respeite os bens dos seus concidadãos e dos seus súditos porque os homens esquecem mais depressa a morte do pai que a perda do patrimônio. Mas quando um príncipe está com os exércitos e tem uma multidão de soldados sob o seu comando, então é de todo necessário que não se importe de passar por cruel; porque sem esta fama não se mantém um exército unido, nem disposto a qualquer feito. MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972. Texto II Se rende-se culto ao Deus verdadeiro, servindo com sacrifícios sinceros e bons costumes, é útil que os bons reinem por muito tempo e onde quer que seja. SANTO AGOSTINHO. A cidade de Deus: contra os pagãos. Petrópolis: Vozes, 1991. O processo de centralização do poder iniciado no século XI formou monarquias absolutistas, em que o poder estava concentrado nas mãos do rei. A relação do monarca com a sociedade foi pensada por alguns teóricos, como Nicolau Maquiavel e Santo Agostinho, que viam que sua função era
Soluções para a tarefa
Nesses dois textos apresentados na questão é abordado como um monarca absolutista deve se manter no poder, de diferentes formas é claro, mas ainda assim como esse governante pode concentrar em suas mãos o poder e ali permanecer.
Maquiavel era um grande partidário do absolutismo e em seu livro “O príncipe” constrói um manual para como tais governantes devem realizar seu comando, desde manutenção de poder até uma imagem a ser divulgada. No trecho apresentado defende um governante que deve ser temido pelo povo, mas não odiado respeitando sempre o patrimônio pessoal de seus súditos e finaliza dando um exemplo de momento especifico em que o governante pode ser taxado de cruel, numa guerra. Deste modo incita diversos meios em que o príncipe possa manter seu status perante seu povo.
Santo Agostinho em seu livro “A cidade de Deus” apresenta uma divisão chave para se compreender a vida: o mundo terreno (dos seres humanos) e o mundo espiritual (dos céus), assim constrói amplas argumentações sobre diversos aspectos da vida do ser humano que vivia num momento de construção das monarquias e dos estados nacionais europeus. É por isso que afirma que um bom governante é aquele que cultua ao deus cristão, pois nesse momento de intensas mudanças políticas defende a manutenção da fé cristã, alegando que os bons, aqueles que acreditam em Deus, reinam por muito tempo.
b) visar ao bem de todos da sociedade como finalidade, não importando seus meios...
c) exercer a sabedoria ao invés do medo, para que todos pudessem tê-lo...
d) ser a voz da população, que é a voz de Deus, como aponta Santo Agostinho.
e) ser o elo entre os interesses da população e da nobreza, sem discriminação de religiões...