TEXTO- Coração bate de novo no compasso da serenata
As cenas são centenárias, mas não há quem não sonhe ser a mocinha ou o mocinho que cruzam
olhares no embalo de uma serenata, que tenham nos olhos o reflexo da chama amarelada das velas
sobre a mesa de jantar e que, emocionados, molhem o sorriso com lágrimas na entrega da rosa.
O comportamento parece ridículo, mas também não há quem não sonhe em ficar sentado horas
esperando o telefone tocar para, depois, relembrar palavra por palavra dada do outro lado da linha;
escrever frases bregas no cartãozinho mais brega ainda (e achar um exemplo de bom gosto e
originalidade); ficar sem fome (ou comer demais); ouvir música (melosa) sem descanso e perder o
maior tempo imaginando os passos do outro.
Não há quem não queira ser o motivo da “loucura” e da inspiração (mesmo desastrada) para o
versinho que vem assinado pelo Chuchu, pelo Fofo ou pela Gatinha – apelidos que fazem o resto do
mundo cair na gargalhada e ele(a) se sentir realmente fofo, um chuchu ou uma gatinha. Os últimos
românticos ganharam milhões de companheiros.
O romantismo sobreviveu a todas as formas de revoluções de comportamento. Ele pode ter
emprestado as vestes da modernidade, mas, despido, ainda tem as velhas formas que emocionam
todas as gerações. Não há como negar. Não há quem não queira ser o te do Eu te amo. (Márcia
Guerreiro, O Estado de São Paulo, 12 jun. 1994.)
1. A partir de noções ligadas à questão da ‘variação linguística’, avalie os comentários que são feitos
a seguir.
I. O fato de um texto ser escrito para tornar-se uma comunicação pública – como aconteceu com o
texto– justifica a opção pela norma padrão da língua, a norma socialmente prestigiada.
II. O tema desenvolvido no texto bem como os contextos mais prováveis de sua circulação
motivaram o uso de uma linguagem mais informal. A opção por certos diminutivos e a escolha decertas palavras atestam esse teor mais coloquial do texto.
III. Sob a perspectiva da variação linguística, não existe ‘língua intrinsecamente melhor ou pior’.
Existe língua mais adequada ou menos adequada às condições da situação em que ocorre. O texto
poderia ser inadequado, se dirigido a crianças menores.
IV. Um trecho como “o reflexo da chama amarelada das velas sobre a mesa de jantar” desvirtua a
dimensão jornalística do texto. A metáfora é um recurso reservado à linguagem poética e artística.
V. A declaração “Eu te amo” poderia, aqui no Brasil e em um contexto menos formal, assumir a
formulação “Te amo”. O pronome no início do período, nesse caso, confirmaria o uso corrente do
português brasileiro.
Os comentários corretos estão presentes nos itens
A. I, II, III e V, apenas.
B. II, III e IV, apenas.
C. I, III, IV e V, apenas.
D. I e II, apenas.
E. I, II, III e IV, apenas.
Soluções para a tarefa
Os comentários corretos estão presentes nas afirmações I, II, II e IV. Assim, a alternativa correta é a letra A).
A variação linguística trata das diferentes formas nas quais podemos nos expressar, e que leva em conta diversos fatores como situação, região, época, contexto, necessidades, entre diversos outros.
Uma das mais importantes diferenças está no conceito de linguagem formal e linguagem informal.
A primeira forma, a linguagem formal, é utilizada em contextos políticos e profissionais, e as palavras e termos utilizados são mais rebuscados, expressando a importância da conversa e da mensagem a ser tratada.
Já a linguagem informal, apesar de seguir a norma padrão de uma língua, é mais flexível e é utilizada em contextos casuais, ou quando o assunto tratado é importante, mas não tão sério.
Assim, observando o texto, vemos que ele foi escrito para o contexto de um jornal, que é um veículo de comunicação de grande circulação entre a população. Portanto, tinha como objetivo o de atingir grande parte da população, passando uma mensagem de fácil entendimento.
Com isso, podemos concluir que as afirmações corretas são as número I, II, III, V, o que torna correta a alternativa A.
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