Sobre a Avaliação Neuropsicológica em Adultos, assinale a alternativa correta:.
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Resposta:
Avaliação Neuropsicológica
Entenda um pouco sobre Avaliação Neuropsicológica...
A Avaliação Neuropsicológica é o estudo detalhado das funções cognitivas e de sua relação com o comportamento humano. O processo de avaliação é frequentemente utilizado para identificar potencialidades e déficits no funcionamento cognitivo.
Diferentes testes e procedimentos padronizados de avaliação são utilizados para investigar distintos aspectos cognitivos, intelectivos e sua influência no comportamento de cada pessoa.
Alguns exemplos de aspectos investigados:
Memória
Atenção
Funções executivas
Processos linguísticos
Funcionamento intelectivo
Processamento visuoespacial
Como funciona?
Estilos de aprendizagem
Velocidade de processamento
Funções sensorio-perceptuais
Motivação/sintomas de validade
Aspectos psicossocias, comportamentais Durante a avaliação, cada uma dessas funções é analisada por meio de testes e tarefas neuropsicológicas, que são um conjunto de atividades que exigem do paciente um determinado desempenho. Por exemplo, na avaliação de memória, o paciente é submetido a algumas tarefas para ver se consegue aprender novas informações e se lembrar delas mais tarde. E por aí vai! Os testes e as tarefas neuropsicológicas são muito variados e é responsabilidade do neuropsicólogo escolher o que é necessário para cada paciente e cada queixa.
O último ponto que eu quero destacar é que o humor e o comportamento são elementos muito importantes numa Avaliação Neuropsicológica. O humor possui influência na cognição. Uma pessoa deprimida tem mais dificuldades cognitivas que alguém não-deprimido. Humor é energia, é disposição, por isso entender como está essa energia ao longo do tempo é fundamental. E os testes e questionários nem sempre conseguem perceber essa disposição, é essencial que o neuropsicólogo fique atento. O comportamento é uma exibição de como o cérebro está trabalhando. Entendo, portanto, que o verdadeiro propósito da neuropsicologia é passar por esses três elementos, que só andam juntos, mas que a gente cisma em tentar separar: cognição, humor e comportamento.
Etapas da Avaliação Neuropsicológica:
Entrevista no qual é feita a coleta de informações sobre histórico de desenvolvimento do paciente, exames, encaminhamentos,etc. (se for criança, ela não precisa ir nesse dia).
Bateria de testes: testes de atenção (concentrada, dividida e alternada), memória, linguagem, QI, velocidade de processamento, flexibilidade cognitiva, escala de estresse infantil, teste de desempenho escolar, rastreio de demência, escala de ansiedade/depressão, etc. realizados em sessões de 50 min com intervalo de 1 semana entre elas. O número de sessões depende do desempenho do paciente. Importante frisar que estes testes são para crianças a partir de 2 anos.
Entrega do laudo após 15 dias.
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Resposta:
Devido ao grande número de varáveis que podem alterar a cognição, o comportamento e as emoções em adultos, é importante que o neuropsicólogo tenha conhecimento em psicologia clínica, além de conhecer muito bem o funcionamento do sistema nervoso e de psicometria (CUNHA, 2000 apud FUENTES et al., 2018), uma vez que queixas de desatenção e memória podem estar relacionadas a quadros clínicos como a depressão e a ansiedade. É importante que o neuropsicólogo consiga realizar um bom diagnóstico diferencial e, para isso, tais conhecimentos são fundamentais.
Dessa forma, uma bateria flexível é a mais recomendada no consultório, permitindo que o neuropsicólogo escolha os instrumentos mais adequados para cada hipótese diagnóstica (ZIMMERMANN et al., 2016).
Em ambulatórios é comum o uso de baterias fixas ou de rastreio com protocolos definidos. Por exemplo, o ambulatório de epilepsia pode ter protocolos de avaliação neuropsicológica específicos para aquele grupo clínico (ZIMMERMANN et al., 2016).
Contudo, a bateria flexível é ainda a mais recomendada para uma avaliação completa e profunda do paciente (ZIMMERMANN et al., 2016; FUENTES et al., 2018). Outro ponto importante a ser considerado é a avaliação qualitativa dos dados e do comportamento do paciente além dos dados quantitativos, que permite melhor compreensão sobre o funcionamento do paciente (ZIMMERMANN et al., 2016).
Entrevista de anamnese
A entrevista de anamnese é fundamental para compreender as dificuldades do paciente e, assim, permitir o levantamento de hipótese diagnóstica, esta que levará à escolha dos instrumentos para compor a bateria da avaliação neuropsicológica.
- é na entrevista de anamnese que inicia a observação comportamental;
Para uma melhor compreensão das dificuldades do paciente, do seu funcionamento, do histórico dessas dificuldades e para conhece-lo melhor, muitas vezes, é necessário entrevistar mais de uma fonte de informação, como cuidadores, parentes – cônjuge, filhos –, de forma a obter ampla gama de informações que permitirão não somente levantar a hipótese diagnóstica mais precisa, mas também pensar de forma mais adequada a escolha dos instrumentos para a realização da avaliação neuropsicológica (ZIMMERMANN et al., 2016).
Durante a entrevista de anamnese, é importante investigar toda a história de vida do paciente, desde o nascimento, atraso no desenvolvimento ou não, dificuldades de aprendizagem ou questões comportamentais, uso de álcool ou outras drogas durante a gravidez, escolaridade, ocupação profissional, uso de álcool ou outras drogas pelo paciente, relacionamentos interpessoais, rotina de vida, comportamentos de autocuidado, como lida com o dinheiro etc., verificando sempre o que é esperado para a idade do paciente, as mudanças que os familiares e cuidadores perceberam e em qual momento, bem como problemas de saúde prévios e de seus familiares, cirurgias, medicações etc. (ZIMMERMANN et al., 2016; CUNHA, 2000 apud FUENTES et al., 2018). Importante solicitar ao paciente que traga exames prévios, clínicos e neurológicos, para auxiliar no diagnóstico diferencial (ZIMMERMANN et al., 2016)
O comportamento também deve ser observado com atenção durante a entrevista de anamnese, como mudanças de humor (por exemplo, labilidade), agressividade, fluência no raciocínio e organização das informações ao relatar os fatos, se não consegue ficar quieto na cadeira, entre outros comportamentos que podem aparecer e são muito importantes para a hipótese diagnóstica e compreensão do comportamento do paciente (ZIMMERMANN et al., 2016).