"So pode ser pobre e negro para fazer isso". Também, vai ver onde ele mora "Age assim porque não tem estudo". "Só podia ser filho de mãe solteira para agir assim" "Age assim porque é pobre" "Esse pessoal que vem do nordeste são uns famintos". "Só podia ser mesmo um favelado Nordestino não é gente. O fato é que ao repetir expressões como essas (via conversas de bar, de rua, fofocas, midia, etc.), que demonstram sentimento de repulsa aos que moram à margem da årea central da cidade, aos menos escolarizados, aos mais pobres, aos sem uma familia nos moldes tradicional, aos imigrantes, produzimos e reproduzimos um estigma social depreciativo. Cria-se, assim, condições de imposição da estigmatização. O poder seja económico, cultural ou de classe sendo utilizado para impor uma superioridade social e civilizat Explique, a partir do texto, quem é o outsider e como ele é definido.
por favor alguém me ajudaaaa!!
Soluções para a tarefa
Explicação:
Bodart
Cristiano Bodart, doutor em Sociologia (USP) Professor do Programa de de Pós-Graduação em Sociologia (Ufal)
Nota-se um crescimento vertiginoso no índice de criminalidade nas áreas urbanas, principalmente ligado ao tráfico de drogas. A partir de um julgamento fundado no senso comum, tem-se o indivíduo como único culpado de sua condição de criminoso. Sob uma análise sociológica mais cuidadosa, me arrisco, com fortes indícios de certeza (embora não tenha feito uma pesquisa etnográfica), em afirmar que trata-se de fatores psicossociais. Afirmo que o criminoso não é o único responsável de tais constrangimentos, embora defendo que todos os indivíduos devam ser punidos ao descumprir as leis formais, desde que seja baseado na ética. Denuncio que os culpados também somos nós, os “estabelecidos”. Tentarei apresentar alguns de meus argumentos de forma sintetizada, ainda que correndo o risco de não ser completamente compreendido.
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Nossa prática e postura
Nós, os estabelecidos[i] no mercado e no espaço urbano (devidamente empregados ou como patrões) e, consequentemente, estabelecidos na sociedade (aceitos integralmente como cidadãos), temos constantemente estigmatizado os “não-estabelecidos”, os “outsiders” do mercado. Criamos um estigma social em torno desses indivíduos, especialmente daqueles mais desprovidos de bens materiais, daqueles que na cidade chegaram e não conseguiram se estabelecer economicamente. Temos criado e recriado uma imagem desses indivíduos a partir de parâmetros econômicos que têm atuado como depreciadores da qualidade humana. Tal estigma contribui para a formação de uma auto-imagem depreciada, onde o estigmatizado acaba internalizando tais parâmetros sociais.