semelhança e diferença no processo de emancipação política da América latina
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ESPECIAL
196 anos de Brasil independente — As semelhanças e diferenças entre a independência do Brasil e seus vizinhos.
Neste 7 de setembro, analisamos brevemente as semelhanças e diferenças entre o processo de Independência do Brasil e de alguns de seus vizinhos da América do Sul e qual foi a participação popular nesse processo.

LABF5
Sep 7, 2018 · 4 min read
Ana Caroline Souza, Camila Barbosa, Gabriel Bravo e Juliana Lira, especial para LabF5


Dom Pedro proclamando a Independência, por François-René Moreaux (Reprodução).
Sete de setembro, um dia de grande importância para a história do Brasil. Neste dia, em 1822, o Brasil declarou oficialmente, às margens do riacho Ipiranga como conta a história, a sua independência de Portugal. A Independência Brasileira é sempre contada como um ato de bravura do príncipe regente Dom Pedro que teve coragem de romper politicamente com o Império e suas raízes portuguesas em prol do Brasil. No entanto, a Independência foi resultado de um processo que durou anos, tendo início quando Dom João chegou ao Brasil em 1808.
A América do Sul dividia-se, sobretudo, em colônias portuguesas (Brasil) e colônias espanholas (os demais principais países do continente). Em 1822, algumas das principais colônias espanholas já haviam declarado suas Independências. A principal característica dos movimentos de Independência das colônias espanholas é que em quase todos houve uma guerra entre os colonos e colonizadores que se arrastou por alguns anos e terminou com a vitória dos colonos. Foi assim no Chile, no Uruguai, na Argentina e na Bolívia. No Brasil, houve vários conflitos durante o processo de Independência, porém nenhuma influenciou diretamente a declaração de Independência.


Quadro retrata espanhóis chegando à América (Reprodução).
Nas colônias espanholas, as revoltas e guerras pela independência de seus países foram lideradas pelos criolos, descendentes de espanhóis e indígenas dos respectivos países. Segundo Stuart B. Schwartz e James Lockhart, historiadores, “com exceção das guerras de fronteira e comunidades de escravos fugidos, que em certo sentido, ficavam completamente fora do sistema, os protestos costumavam ocorrer dentro da estrutura existente, com objetivos específicos e limitados”. A principal diferença entre os movimentos de Independência do Brasil, Argentina, Uruguai e Chile é o resultado alcançado por cada país. Na Argentina, Chile e Uruguai, as declarações de Independências levaram estes países direto para o regime republicano, enquanto no Brasil houve somente o rompimento político com a metrópole mantendo todo o sistema que vigorava durante a colônia.
No Brasil, o processo de Independência foi conduzido pela classe dominante, em sua maioria portugueses, para um herdeiro do trono português. Enquanto nos demais países, quem assumiu o poder após esse processo foi um criolo da elite local.
A participação popular no processo de Independência de seus países


Georgina de Albuquerque. “Sessão do Conselho de Estado que decidiu a Independência”, 1822 (Reprodução).
Essa participação popular tanto no Brasil, quanto na Argentina, Uruguai e Chile foi tímida e regida por suas respectivas elites agrárias. No entanto, no Brasil, a elite formada por portugueses teve grande influência nas decisões políticas dessa época, o que não ocorreu nos outros países com a elite formada por espanhóis.
Comparada com a Independência de países da América Espanhola, o movimento de Independência do Brasil foi o mais pacifico. Não houve guerras pela Independência no território brasileiro, como as de Uruguai e Argentina, entretanto ocorreram levantes populares em algumas províncias como Pernambuco, Bahia e Maranhão que contribuíram para o Sete de setembro. Como um todo, a participação popular teve papel secundário nesse momento histórico, contribuindo ativamente em algumas ocasiões em combates a portugueses contrários à Independência e, mais passivamente, demonstrando seu apoio à pessoa de Dom Pedro.
A participação do povo brasileiro nas decisões políticas ao longo da história
Desde a proclamação da Independência do Brasil, há 196 anos, nota-se, ao longo da história, que o povo brasileiro sempre foi visto pela elite articuladora, e que domina as decisões políticas, como despreparado e imaturo para tomar decisões importantes para a nação. Ficando, portanto, os grandes momentos e revoluções da sociedade brasileira nas mãos de poucos detentores do poder.