História, perguntado por souzapedrovitor, 4 meses atrás

Segundo Rémond1 a história política vivenciou mal a virada do século XIX
para o XX, sendo revitalizada na segunda metade dos anos XX. O que
justifica essa retomada da abordagem política na historiografia? Estabeleça
análises dialogando com os outros textos dessa unidade

Soluções para a tarefa

Respondido por larissa5757
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Resposta:

século da história, inventa ao mesmo tempo as doutrinas que privilegiam a história

dentro do saber – falando, como veremos, de 'historismo' ou de 'historicismo' – e uma

função, ou melhor, uma categoria do real, a 'historicidade' (a palavra aparece em 1872,

em francês). Charles Morazé define-a assim: "Devemos procurar para além da

geopolítica, do comércio, das artes e da própria ciência, aquilo que justifica a atitude de

obscura certeza dos homens que se unem, arrastados pelo enorme fluxo do progresso

que os especifica, opondo-os. Sente-se que esta solidariedade está ligada à existência

implícita que cada um experimenta em si, duma certa função comum a todos.

Chamamos a esta função historicidade" [1967, p. 59].

O conceito de historicidade desligou-se das suas origens "históricas", ligadas ao

historicismo do século XIX, para desempenhar um papel de primeiro plano na

renovação epistemológica da segunda metade do século XX. A 'historicidade' permite,

por exemplo, refutar no plano teórico a noção de "sociedade sem história", refutada por

outro lado pelo estudo empírico das sociedades estudadas pela etnologia [Lefort, 1952].

Ela [pg. 019] obriga a inserir a própria história numa perspectiva histórica: "Há uma

historicidade da história que implica o movimento que liga uma prática interpretativa a

uma práxis social" [Certeau, 1970, p. 484]. Um filósofo como Paul Ricoeur vê na

supressão da historicidade através da história da filosofia o paradoxo do fundamento

epistemológico da história. De fato, segundo Ricoeur, o discurso filosófico faz

desdobrar a história em dois modelos de inteligibilidade, um modelo de acontecimentos

(événementiel) e um modelo estrutural, o que leva ao desaparecimento da historicidade:

"O sistema é o fim da história porque ela se anula na lógica; a singularidade é também o

fim da história porque toda a história se nega nela. Chegamos a este resultado

paradoxal: é sempre na fronteira da história, no fim da história que se compreendem os

traços mais gerais da historicidade" [1961, pp. 224-25].

Finalmente, Paul Veyne tira uma dupla lição do fundamento do conceito de

historicidade. A historicidade permite a inclusão no campo da ciência histórica de novos

objetos da história: o non-événementiel; trata-se de acontecimentos ainda não

reconhecidos como tais: história rural, das mentalidades, da loucura ou da procura de

segurança através das épocas. Chamaremos non-événementiel à historicidade de que não

temos consciência enquanto tal [1971, p. 31]. Por outro' lado, a historicidade exclui a

idealização da história, a existência da História com H maiúsculo: "Tudo é histórico,

logo a história não existe".

Explicação:

ajudei?


souzapedrovitor: Sim sim, e muito! ❤️
souzapedrovitor: Obrigado! ❤️❤️
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