Quando e quais os motivos do início da dispersão do chamado “homem moderno”, o Homo sapiens pelo mundo?
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Resposta:
A origem humana sempre despertou interesse nas áreas de filosofia, ciência e religião. No entanto, entender onde surgiu o homem e como ocupou os continentes é um verdadeiro desafio e requer abordagem multidisciplinar para interpretar dados que podem ter mais de 200 mil anos
A origem humana sempre despertou interesse nas áreas de filosofia, ciência e religião. No entanto, entender onde surgiu o homem e como ocupou os continentes é uma questão difícil e marcada por controvérsias.
Atualmente, a hipótese científica mais aceita é de que a espécie humana moderna (Homo sapiens) surgiu na África, há cerca de 200 mil anos e de lá se dispersou para outras regiões em várias ondas migratórias. Mas, antes do homem moderno, outros hominídeos já ocupavam o planeta e a história dessa ocupação e das interações entre as diferentes espécies moldou o destino do homem e de seus parentes hominídeos.
Segundo informações da Human origins program (Programa origens humanas) do Museu Nacional de História Natural Smithsonian, Estados Unidos, entre um e dois milhões de anos atrás um dos primeiros hominídeos
Como obter informações do homem moderno e sua dispersão
Estudar a ocupação do homem moderno nos distintos continentes é um verdadeiro desafio e requer abordagem multidisciplinar para interpretar dados que podem ter mais de 200 mil anos. O pesquisador Mathias Mistretta Pires, do Departamento de Biologia Animal da Unicamp afirma que existem três abordagens mais utilizadas para estudar a colonização na Terra: o estudo dos registros fósseis do Homo sapiens e o estudo dos materiais produzidos por esses indivíduos, ambas na arqueologia; assim como o estudo do material genético das populações atuais, na área da genética.
Os fósseis são importantíssimos, por serem evidências diretas da presença em uma determinada área. Já os materiais produzidos – como ponta de flecha, cerâmica – são evidências indiretas e, por isso, frequentemente não são utilizados como única evidência para comprovar a passagem do homem moderno, ou de qualquer outro hominídeo, por uma região.
Segundo Pires, após um arqueólogo encontrar um fragmento de fóssil ou um pedaço de cerâmica, ele irá estimar a idade do material, através da datação de rochas magmáticas ou carvão na região onde o material foi encontrado. Esse procedimento é feito porque, muitas vezes, o fóssil foi mineralizado e isso impossibilita a datação.
Em busca da origem do homem moderno
A mitocôndria é uma organela celular que tem DNA próprio e é apenas passada da mãe para seus descendentes. Por meio dela, foi possível realizar um estudo sobre o ancestral comum das populações atuais. Análises genéticas de DNA mitocondrial coletadas a partir de amostras de diferentes grupos étnicos ao redor do mundo apontam para a origem do homem moderno no continente africano. Apoiado por esses achados, alguns pesquisadores defendem uma origem única entre 100 mil e 200 mil anos atrás no continente africano, a partir do qual o homem teria migrado para a Ásia e a Europa, substituindo as outras espécies de hominídeos que ali habitavam.
Essa não é a única proposta para a origem do homem moderno. Embora com pouco apoio no meio científico, há a hipótese da origem multirregional, segundo a qual o Homo erectus, espécie de hominídeo mais antiga que o homem moderno, saiu da África há cerca de dois milhões de anos e se dispersou para outras regiões do globo. Essas populações regionais independentes teriam, então, evoluído e gerado o homem moderno com suas variantes.
No entanto, a hipótese mais aceita atualmente sobre a origem do homem é uma visão distinta das duas anteriores: a hipótese da hibridização, segundo a qual existe uma origem no sudeste africano seguida do cruzamento do homem moderno com outros hominídeos após a saída da África. Segundo Pedro da Glória, pesquisador do Laboratório de Estudos Evolutivos e Ecológicos Humanos, da USP, o modelo de origem africana era o modelo principal nas décadas de 1980, 1990 e 2000, mas com o sequenciamento do DNA nuclear dos neandertais, em 2010, descobriram que existe uma porcentagem pequena, em torno de 1 a 4 %, de DNA neandertal no Homo sapiens moderno. “Houve então um deslocamento. Hoje a maioria das pessoas não é tão radical a ponto de acreditar na teoria de origem única africana, mas fazem uma concessão a essa hibridização pequena, tanto com neandertais quanto com os denisovanos, que é uma espécie próxima à neandertal e que também deixou marcas no DNA de Homo sapiens moderno. Ambos deixaram marcas no DNA de humanos modernos de todos os continentes, menos na África”, explica da Glória.ão:
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