História, perguntado por primeloxd, 6 meses atrás

qual a situação do jovem negro no brasil nos dias de hj?

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Respondido por gabrielcarvalh1064
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Resposta:

A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil. Todo ano, 23.100 jovens negros de 15 a 29 anos são mortos.

Explicação:

qual a situação do jovem negro no brasil nos dias de hj“O Brasil mata na educação, na falta de moradia digna, na saúde,

que é uma máquina de matar gente, e na segurança”

(Débora Maria da Silva, mãe de Rogério, morto 2006).

 

O Brasil persiste em ser perigoso para jovens. Principalmente para jovens negros e da periferia. Último país da América a abolir a escravidão. A população negra representa 55,8% do total. É a mais vulnerável. É a que ganha menos. Sofre com desemprego. Recebe os salários mais baixos mesmo quando possuem o mesmo nível de escolaridade. Continua sendo a população com menor acesso à educação e à saúde.

Nesta 49ª coluna que escrevo para você, leitor do Extra Classe, abordarei o risco de vida e a devastação do mercado de trabalho para os jovens brasileiros. Esta ameaça histórica e sistemática é um projeto institucionalizado da elite. Considerando que o debate de ideias continua truncado pela politização e inviabilizado pela ignorância, vamos nos valer das estatísticas oficiais que permitem evidenciar a tese anunciada.

A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil. Todo ano, 23.100 jovens negros de 15 a 29 anos são mortos. Grande parte destas mortes são provocadas por agentes do Estado, representados pela Polícia Militar. O risco de morte de jovens negros aumenta 2,7 mais em relação aos brancos. A violência contra mulheres negras aumentou 12,4% enquanto a taxa de vítimas teve uma redução de 11,7%.

O Atlas da Violência de 2020 confirma um crescimento de 11,5% de assassinatos de negros nos últimos 10 anos. “É uma geração inteira que a gente está matando e é algo que não nos sensibiliza, infelizmente, que vai passando. As vítimas são sujeitos considerados descartáveis”, afirma Samira Bueno, Diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

O relatório também mostra a predominância de jovens entre as vítimas de homicídios ocorridos em 2018. Ao todo, 30.873 jovens na faixa etária entre 15 e 29 anos forma mortos, quantidade que equivale a 53,3% dos registros. No intervalo de 2008 a 2018, constata-se um aumento de 13,3% na taxa de jovens mortos, que passou de 53,3 homicídios a cada 100 mil jovens para 60,4. E, justamente, os homicídios foram a principal causa de óbitos da juventude masculina.

Na avaliação dos especialistas que produziram o relatório, os números deixam transparecer o racismo estrutural que ainda perdura no país. “Um elemento central para a gente entender a violência letal no Brasil é a desigualdade racial. Se alguém tem alguma dúvida sobre o racismo no país, é só olhar os números da violência porque traduzem muito bem sobre o racismo nosso de cada dia”, diz a diretora executiva do FBSP.

Jovens de 15 a 19 anos morrem também em decorrência de outras causas, entre as quais se destacam a violência interpessoal, acidentes de trânsito, suicídio, afogamento e infecções respiratórias. Para o pesquisador e coordenador do Atlas da Violência, o economista Daniel Cerqueira, a reversão desta realidade dependerá de como serão conduzidas as políticas públicas de proteção e cuidados das juventudes. Porém, na contramão, o atual governo federal incentiva e facilita aquisição de armas – principal causa de mortes -, em detrimento da defesa da vida e promoção da cultura de paz.

No país com desigualdades extremas e racismo estrutural, outro risco e angústia juvenil é a luta pela sobrevivência por meio da geração de renda, trabalho ou inserção no mercado de trabalho. Estudos revelam que, historicamente, os jovens são os mais afetados pelo desemprego estrutural, em todas sociedades. Porém, análises da conjuntura do mercado de trabalho no Brasil nos anos mais recentes tem destacado que em crises econômicas os mais afetados são os jovens. O IPEA, no estudo “Diagnóstico da inserção de jovens brasileiros no mercado de trabalho em um contexto de crise e maior flexibilização”

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Gabriel Grabowski

 

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