Quais são os nomes de todos os córregos de Campo Grande?
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Resposta:
Prosa e Segredo
O nome dos dois córregos mais conhecidos de Campo Grande permanece sendo um mistério. A história oral dá alguns indicativos: O Prosa tem a origem mais compreensível: os moradores do antigo arraial, armavam a fogueira perto do curso d’água e ficavam de prosa por longas horas.
Já o Segredo, não tem origem tão certa. Conta-se que no local falava-se de amores secretos de Manoel Oliverio, mineiro que foi um dos primeiros moradores da região. “Foi o primeiro escândalo no povoado”, escreveu o historiador Paulo Coelho Machado.
Outra referência o Córrego Segredo está na obra de Themistocles Paes de Souza Brazil, “Ligeira notícia sobre a Vila de Campo Grande”. O militar escreveu sobre a história do povoamento no Brasil e na obra cita que os nomes do Prosa e do Segredo teriam origem na luta de antigos moradores das margens de um lado e do outro do córrego.
Córrego Limpo
Faz referência à água limpa que corria no local.
Imbirussú
Tupi-guarani Embiruçu (a embira grande): paina amarela ou cedro d’água, fibra de bambu comum na região.
Anhanduí
Tupi-guarani: rio de emas. Região apontada pelos indígenas como habitat das emas.
Bálsamo
Devido a grande quantidade de madeira de Bálsamo que havia na região.
Guariroba
Referência ao fruto da palmeira típica do Cerrado e que era abundante na região.
Bandeira
Segundo a história, havia muitos Tamanduás-bandeira habitando a região e foi por causa deles que o córrego e uma fazenda da região ganharam o nome. Os animais desapareceram e algumas pessoas chegam a acreditar que foi a Fazenda Bandeira que deu nome ao córrego.
Lontra
Foram os mamíferos aquáticos que viviam na região que batizaram o córrego.
Lageado
Faz referência à argila que se formava próximo à sua nascente e que era utilizada na fabricação de tijolos.
Estiva
Os trabalhadores da região armavam andaimes, como as estivas que servem de contrapesos nas embarcações, para caçar catetos e capivaras.
Estaca
Recebeu o nome por conta das varas pregadas para cercar a areia que seria lavada e comercializada.
Vendas
Faz referência ao comerciante Antônio Vendas. Ele mantinha uma olaria nas proximidades do rio.
Ceroula
Os antigos viajantes utilizavam o rio para lavar as roupas. Muitas vezes tiravam a roupas do corpo para lavar e ficavam apenas de ceroulas enquanto as vestes secavam.
Pouso Alegre
Local onde as comitivas paravam, os boiadeiros descansavam, tocavam viola e tomavam tereré.
Engano
No córrego, embora as águas parecessem mansas, o rio era fundo e, no meio da travessia, as águas chegavam a cobrir o pescoço.
Botas
Viajantes paravam para descansar às margens do córrego, tiravam as botas para dormir e as águas levavam.
Explicação:
Córregos de Campo Grande
A Capital possui dois rios (Anhanduí e o Anhanduizinho) e 12 bacias hidrográficas. São mais de 30 córregos. O Lageado e o Guariroba estão destinados ao fornecimento de água potável à população.
Alguns dos córregos tem nomes quase que autoexplicativos. Outros, voltando um pouco ao passado, é até possível imaginar o que deu origem à denominação. Mas, em alguns casos, o nome tem origem em histórias engraçadas que foram passando de geração em geração.
Diferentemente das ruas, os nomes dos córregos não estão assegurados por decretos de lei e raramente se encontra um registro histórico que possa ratificar de onde vieram. As fontes sobre os nomes dos córregos de Campo Grande são escassas e baseadas na oralidade.
Sobre o tema há apenas a publicação de uma reportagem na revista da Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande), de 2009, que trouxe um especial sobre as “Águas em Campo Grande”. Entre as fontes estão a historiadora Alisolete Antônia dos Santos Weingartner, Jânio Batista de Macedo, que foi presidente da Associação de Moradores do Bairro Maria Aparecida Pedrossian, o professor Orlando Brito de Alencar e a obra do historiador Paulo Coelho Machado.
A publicação deu origem a artigo de 2010, pela professora da Thaísa Bueno, docente do curso de Comunicação Social da UFMA de Imperatriz (MA). No artigo “Essas águas já têm nome memória oral ajuda a resgatar a história dos nomes dos córregos de Campo Grande”, que buscou conotação analítica e para história que se perde sem uma inscrição em papel.