porque não devo me atrasar redação de 30 linhas,, por favor gente !!!!!!
Soluções para a tarefa
Resposta:
O BILHETE DO AMOR
Logo que colocou os objetos embaixo da carteira, Pitu encontrou o bilhete. Leu, ficou
vermelho, colocou no bolso, não mostrou pra ninguém. De vez em quando, mordia-lhe uma
curiosidade grande, uma vontade de reler pra ter certeza. Era uma revelação que ele não estava
esperando. Não podia dizer que estivesse achando ruim, pelo contrário... Ele estava com vontade
de olhar para trás, para as últimas carteiras e procurar por uma resposta com o olhar. Era um tímido
e não se encorajava. A professora explicava num mapa as regiões do Brasil e ele viajava num rumo
diferente. Ainda bem que ela não estava olhando pra ele, nem fazendo perguntas, só estava
expondo a matéria. Na hora da verificação, acabaria saindo-se mal. Não gostava de ignorar as
coisas perguntadas. Só não se saía muito bem quando se tratava de fazer contas de números
fracionários.
A professora mesma dizia-lhe que em Português e matéria de leitura e entendimento ele se
saía bem; mas nos cálculos tinha dificuldades. Agora estava distante, pensava em poesias
românticas, em música sentimental. Estava meio perdido nos pensamentos confusos. O bilhete
queimando no bolso. Uma vontade de relê-lo, palavra por palavra. Interessante, não era um bilhete
bem escrito, tinha até erro de Português - por que a curiosidade? Só ele sabia dele, não foi como
no dia do correio elegante, pai, mãe e seu Francisco do armazém querendo saber, dando palpites.
Agora, tinha um bilhete e era diferente. Tinha um bilhete que trazia uma declaração de amor e uma
assinatura. Trazia mais: trazia um convite para um bate-papo na praça, às duas horas, se ele
quisesse namorar de verdade. Marina era bonitinha, ele queria. Falta-lhe jeito de dizer, tinha que
escrever um bilhete respondendo, era mais fácil. No intervalo, escreveu o bilhete, fechado no
banheiro. Quando ela chegou, a resposta a esperava na carteira. Quase no fim da aula, ele criou
força e olhou para trás. Marina sorria, confirmando. Ele sorria também. Diversas vezes, ele olhou
pra trás e a encontrou olhando. Trocaram sorrisos e olhares. Os dois estavam vivendo uma ternura
primeira e não sabiam escondê-la mais. Tanto assim que a professora pediu que ele virasse pra
frente, observasse o que ela estava pedindo pra pesquisa do fim de semana. Naquele fim de
semana, ele iria pesquisar alguma coisa nova que não tinha experimentado, como alguns outros
de sua idade e turma.
Explicação:
o texto é do escritor Elias José