Português, perguntado por Usuário anônimo, 6 meses atrás

porque não devo me atrasar redação de 30 linhas,, por favor gente !!!!!!​

Soluções para a tarefa

Respondido por manu01072016
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Resposta:

O BILHETE DO AMOR

Logo que colocou os objetos embaixo da carteira, Pitu encontrou o bilhete. Leu, ficou

vermelho, colocou no bolso, não mostrou pra ninguém. De vez em quando, mordia-lhe uma

curiosidade grande, uma vontade de reler pra ter certeza. Era uma revelação que ele não estava

esperando. Não podia dizer que estivesse achando ruim, pelo contrário... Ele estava com vontade

de olhar para trás, para as últimas carteiras e procurar por uma resposta com o olhar. Era um tímido

e não se encorajava. A professora explicava num mapa as regiões do Brasil e ele viajava num rumo

diferente. Ainda bem que ela não estava olhando pra ele, nem fazendo perguntas, só estava

expondo a matéria. Na hora da verificação, acabaria saindo-se mal. Não gostava de ignorar as

coisas perguntadas. Só não se saía muito bem quando se tratava de fazer contas de números

fracionários.

A professora mesma dizia-lhe que em Português e matéria de leitura e entendimento ele se

saía bem; mas nos cálculos tinha dificuldades. Agora estava distante, pensava em poesias

românticas, em música sentimental. Estava meio perdido nos pensamentos confusos. O bilhete

queimando no bolso. Uma vontade de relê-lo, palavra por palavra. Interessante, não era um bilhete

bem escrito, tinha até erro de Português - por que a curiosidade? Só ele sabia dele, não foi como

no dia do correio elegante, pai, mãe e seu Francisco do armazém querendo saber, dando palpites.

Agora, tinha um bilhete e era diferente. Tinha um bilhete que trazia uma declaração de amor e uma

assinatura. Trazia mais: trazia um convite para um bate-papo na praça, às duas horas, se ele

quisesse namorar de verdade. Marina era bonitinha, ele queria. Falta-lhe jeito de dizer, tinha que

escrever um bilhete respondendo, era mais fácil. No intervalo, escreveu o bilhete, fechado no

banheiro. Quando ela chegou, a resposta a esperava na carteira. Quase no fim da aula, ele criou

força e olhou para trás. Marina sorria, confirmando. Ele sorria também. Diversas vezes, ele olhou

pra trás e a encontrou olhando. Trocaram sorrisos e olhares. Os dois estavam vivendo uma ternura

primeira e não sabiam escondê-la mais. Tanto assim que a professora pediu que ele virasse pra

frente, observasse o que ela estava pedindo pra pesquisa do fim de semana. Naquele fim de

semana, ele iria pesquisar alguma coisa nova que não tinha experimentado, como alguns outros

de sua idade e turma.

Explicação:

o texto é do escritor Elias José

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