porque a extração dá matéria-prima Do miriti para o artesanato não prejudica árvore
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INTRODUÇÃO
A produção de artefatos para o uso doméstico é uma prática milenar, herdada da população ameríndia que habitava a região amazônica, antes da colonização europeia. A necessidade de produzir objetos para serem usados em diferentes atividades foi determinante para que as populações indígenas desenvolvessem técnicas de manufatura de uma diversidade de artefatos, alguns voltados para o uso doméstico, outros para auxiliar na caça e na pesca, outros ainda para o vestuário e dotados também de natureza estética e ritual (Oliveira et al., 1991; Sahagún e Codex, 2000; Leoni e Marques, 2008). Alguns destes saberes foram transmitidos e apropriados por populações ribeirinhas da região, que perpetuaram esse aprendizado, bem como o conhecimento sobre os recursos florestais usados nesta produção (Sousa, 2009).
Os artefatos trançados de fibras vegetais, geralmente chamados de cestarias, fazem parte da cultura material de diversas tribos indígenas existentes no Brasil (Velthem, 1998) e estão integrados ao cotidiano das populações tradicionais da Amazônia.
No estuário amazônico, cujos habitantes mantêm uma forte relação de dependência com os recursos naturais, Mauritia flexuosa L. f. (Arecaceae) é uma palmeira de destaque na cultura regional, especificamente empregada na alimentação, construção de casas e confecção de utensílios de trabalho e artesanato. Popularmente, é conhecida como 'miriti' ou 'buriti'. Seus frutos são consumidos in natura ou em forma de sucos, mingaus, sorvetes e doces (Balick, 1986). Utilizadas na cobertura de casas, suas folhas são amplamente exploradas para a produção de cestarias e brinquedos, confeccionados pelos artesãos locais e admirados por sua beleza e originalidade (Santos et al., 2005; Cynerys et al., 2005). A maioria dos artesãos envolvidos nessas atividades encontra-se no município de Abaetetuba (Pará), localizado no baixo curso do rio Tocantins, onde os miritizais são abundantes. Também conhecida pela alcunha de 'terra das cestarias', nos dias atuais, Abaetetuba passou a acumular a denominação de 'terra dos brinquedos de miriti', dada a relevância da produção desta modalidade de artesanato.
Em estudo etnobotânico sobre M. flexuosa L. f. neste município, Santos (2009) identificou 26 artefatos manufaturados a partir de suas folhas, entre os quais se destacaram os paneiros e os brinquedos, cuja comercialização nos dias atuais garante renda a muitas famílias. Diante disto, o presente estudo teve por objetivo realizar um levantamento a respeito da produção e comercialização desses dois produtos no município de Abaetetuba, caracterizando a sua produção, os atores envolvidos, a quantidade produzida e suas respectivas rotas de comercialização.
A extração da matéria prima para a fabricação dos brinquedos de miriti não prejudica a árvore porque o material é podado a medida que o vegetal cresce.
Brinquedos de miriti
Os brinquedos feitos a partir do miriti são artesanais e tradicionais na cidade de Abaetetuba (Pará). Utiliza-se como matéria prima a palmeira do miriti ou buriti, conhecida como "isopor amazônico". Esse material é assim chamado pois permite ser cortado, moldado e colado, tal qual um isopor.
A produção dos brinquedos de miriti é feita coletivamente, e os temas que são talhados na palmeira originam-se de mitos regionais, envolvendo fauna, flora, costumes e festas como o Círio de Nazaré. A matéria prima é extraída conforme o vegetal cresce, de forma que a planta não é perdida e pode continuar produzindo.
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