o que foi o iluminismo e onde desembarcou o caminho aberto por seus adeptos?
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O homem viveu sob o regime imposto pela Igreja Católica ameaçado de morte caso questionasse os dogmas cristãos, até meados do século XVI. Após o longo período teológico medieval, tomou consciência de suas capacidades racionais, aceitando o desafio de desvendar os segredos da natureza como forma de domínio e uso, substituindo portanto o teocentrismo por uma cultura antropocêntrica, olhando o passado como um tempo de superstição e ignorância. 2
Contudo essa nova forma de pensar foi sendo consolidada sigilosamente através dos tempos, revelando-se então na era moderna sob o termo Razão 3. Dentre as principais contribuições que resultaram no pensamento racional, algumas das mais importantes foram: a elaboração dos três pilares mestres das ciências profanas: a experiência, o experimento e a matemática por Roger Bacon (1214-1294), o novo modo de ver o mundo do geocentrismo para o heliocentrismo por Nicolau Copérnico (1473-1543), a moderna ciência da natureza e o novo sentido utilitário dado ao conhecimento; caminho aberto pelo empirista inglês Francis Bacon (1561-1626), a crença no poder da razão como mecanismo de desvendamento dos segredos da natureza, por René Descartes (1596-1650).4
O pensamento racionalista redefiniu a condição humana, não mais definido pela alma, o homem passou a ser concebido como um ser cuja condição é a posse e o exercício da razão. Na era moderna o conhecimento passou a ser entendido como produção humana, e buscou-se instaurar a inédita união entre razão e liberdade. No primeiro momento, a razão tornou-se a nova força pela qual o homem podia intervir não só no mundo natural mas também no mundo social. A razão era capaz de promover a emancipação do homem através da ciência e da tecnologia. A partir desses princípios, os iluministas criticaram as “trevas” do pensamento teocêntrico e lançaram as bases de um pensamento político que desembocou na crítica à monarquia e à fusão do Estado com a Igreja. Sua conseqüência mais notável foi a Revolução Francesa de 1789, que marcou o surgimento do Estado democrático separado da Igreja e a ascensão da burguesia como classe dominante. 5 Posteriormente à Revolução Francesa, o homem europeu sentiu-se não só no caminho do progresso, mas começou a provar o gosto da liberdade e a enxergar a possibilidade de tornar-se senhor da história, o que representava domíneo e libertação. 6 De ninguém mais senão dele dependeria esta conquista desde sempre desejada.
Contudo acreditava-se que a conquista do conhecimento traria tempos melhores, aliviaria as dores e sofrimentos e melhoraria as condições de vida. Enfim, o conhecimento representava garantia de progresso. Esta fórmula, conhecimento é igual a progresso, tornou-se o símbolo de um grande discurso através do qual a humanidade passaria de um estágio menos desenvolvido para um mais desenvolvido. O progresso colocou-se como o novo objetivoda humanidade a ser alcançado pela razão, em substituição à salvação eterna atingível apenas pela fé.
No mundo moderno onde a liberdade e o poder eram oferecidos ao homem através do conhecimento, a religião acabou sendo o setor mais afetado. A realidade humana passou a ser determinada através dos sentidos e da razão. Só existia aquilo que era perceptível pelos sentidos e comprovado pela ciência. Como Deus e o sobrenatural não poderiam ser comprovados, foram perdendo sua importância. O homem moderno, durante sua passagem pela Idade Médiaconstruiu ao seu redor uma realidade fechada 7. E o resultado da passagem das sociedades tradicional para a moderna foi o abandono da idéia de comunidade de povo de Deus e a ocupação de seu lugar pela idéia de individualidade. O sujeito consciente de si assume o poder de instituir uma nova realidade em substituição à antiga visão mágica.
No céu da esperança de liberdade e autonomia do Iluminismo, pairavam escuras nuvens de uma nova servidão. Não só a natureza tornou-se um objeto de manipulação, exploração e destruição, mas o próprio ser humano não escapou às ambições da razão instrumental, agora também dominado, como objeto de manipulação e exploração. A razão emancipadora transformou-se em razão instrumental que servindo-se dos mesmos mecanismos da ciência e tecnologia, não se deteve ante o próprio homem. 8
E neste contexto histórico-social dá-se o nascimento do homem moderno. E se o homem moderno nasce neste momento, quando seu reinado terminará? Quanto a isso a literatura filosófica não estabeleceu consenso. Alguns situam o fim desse reinado no século XIX ,em Hegel e ou em Nietzsche; outros prolongam-no pelo século XX adentro, na medida em que não poucos autores contemporâneos podem ainda ser considerados em sincronia espiritual por assim dizer, com os principais pensadores da modernidade. 9
Contudo essa nova forma de pensar foi sendo consolidada sigilosamente através dos tempos, revelando-se então na era moderna sob o termo Razão 3. Dentre as principais contribuições que resultaram no pensamento racional, algumas das mais importantes foram: a elaboração dos três pilares mestres das ciências profanas: a experiência, o experimento e a matemática por Roger Bacon (1214-1294), o novo modo de ver o mundo do geocentrismo para o heliocentrismo por Nicolau Copérnico (1473-1543), a moderna ciência da natureza e o novo sentido utilitário dado ao conhecimento; caminho aberto pelo empirista inglês Francis Bacon (1561-1626), a crença no poder da razão como mecanismo de desvendamento dos segredos da natureza, por René Descartes (1596-1650).4
O pensamento racionalista redefiniu a condição humana, não mais definido pela alma, o homem passou a ser concebido como um ser cuja condição é a posse e o exercício da razão. Na era moderna o conhecimento passou a ser entendido como produção humana, e buscou-se instaurar a inédita união entre razão e liberdade. No primeiro momento, a razão tornou-se a nova força pela qual o homem podia intervir não só no mundo natural mas também no mundo social. A razão era capaz de promover a emancipação do homem através da ciência e da tecnologia. A partir desses princípios, os iluministas criticaram as “trevas” do pensamento teocêntrico e lançaram as bases de um pensamento político que desembocou na crítica à monarquia e à fusão do Estado com a Igreja. Sua conseqüência mais notável foi a Revolução Francesa de 1789, que marcou o surgimento do Estado democrático separado da Igreja e a ascensão da burguesia como classe dominante. 5 Posteriormente à Revolução Francesa, o homem europeu sentiu-se não só no caminho do progresso, mas começou a provar o gosto da liberdade e a enxergar a possibilidade de tornar-se senhor da história, o que representava domíneo e libertação. 6 De ninguém mais senão dele dependeria esta conquista desde sempre desejada.
Contudo acreditava-se que a conquista do conhecimento traria tempos melhores, aliviaria as dores e sofrimentos e melhoraria as condições de vida. Enfim, o conhecimento representava garantia de progresso. Esta fórmula, conhecimento é igual a progresso, tornou-se o símbolo de um grande discurso através do qual a humanidade passaria de um estágio menos desenvolvido para um mais desenvolvido. O progresso colocou-se como o novo objetivoda humanidade a ser alcançado pela razão, em substituição à salvação eterna atingível apenas pela fé.
No mundo moderno onde a liberdade e o poder eram oferecidos ao homem através do conhecimento, a religião acabou sendo o setor mais afetado. A realidade humana passou a ser determinada através dos sentidos e da razão. Só existia aquilo que era perceptível pelos sentidos e comprovado pela ciência. Como Deus e o sobrenatural não poderiam ser comprovados, foram perdendo sua importância. O homem moderno, durante sua passagem pela Idade Médiaconstruiu ao seu redor uma realidade fechada 7. E o resultado da passagem das sociedades tradicional para a moderna foi o abandono da idéia de comunidade de povo de Deus e a ocupação de seu lugar pela idéia de individualidade. O sujeito consciente de si assume o poder de instituir uma nova realidade em substituição à antiga visão mágica.
No céu da esperança de liberdade e autonomia do Iluminismo, pairavam escuras nuvens de uma nova servidão. Não só a natureza tornou-se um objeto de manipulação, exploração e destruição, mas o próprio ser humano não escapou às ambições da razão instrumental, agora também dominado, como objeto de manipulação e exploração. A razão emancipadora transformou-se em razão instrumental que servindo-se dos mesmos mecanismos da ciência e tecnologia, não se deteve ante o próprio homem. 8
E neste contexto histórico-social dá-se o nascimento do homem moderno. E se o homem moderno nasce neste momento, quando seu reinado terminará? Quanto a isso a literatura filosófica não estabeleceu consenso. Alguns situam o fim desse reinado no século XIX ,em Hegel e ou em Nietzsche; outros prolongam-no pelo século XX adentro, na medida em que não poucos autores contemporâneos podem ainda ser considerados em sincronia espiritual por assim dizer, com os principais pensadores da modernidade. 9
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