O que demonstra a influência exercida das modinhas e lundus de domingos calda Barbosa na corte?
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A história revela que nos dois primeiros séculos de colonização portuguesa no Brasil, os únicos tipos de música ouvidos eram os cantos dos rituais das danças indígenas (nativos da Terra Brasilis), os batuques dos negros (escravos africanos) e as canções trazidas pelos colonizadores europeus. Do encontro e fusão dessas culturas tão ricas e tão diversas surgiu uma série de gêneros musicais a que denominamos hoje de música popular brasileira.
Por oposição à música folclórica (de autor desconhecido, transmitida de geração a geração) a música popular (composta por autores conhecidos e divulgada por meios gráficos ou através de gravações de fitas e discos) surge nas principais cidades coloniais (entre elas Rio de Janeiro e Salvador) no correr do século XVIII.
Os primeiros gêneros de música popular brasileira que surgiram nesse cenário de Brasil-colônia foram a modinha e o lundú, cujo representante maior, um mulato, poeta e tocador de viola de arame, foi o carioca Domingos Caldas Barbosa.
Na segunda metade do século XVIII ainda era costume chamar por "modas" as cantigas em geral. Quando Caldas Barbosa apareceu cantando as suas para a corte em Portugal com temas de amor sensual, entoadas de um jeito malevolente, as pessoas passaram a se referir a tais modas novas usando o diminutivo de modinha.
O fato de Marcos Portugal e Antônio José do Rêgo, considerados dois importantes compositores portugueses da elite terem musicado os versos de Caldas Barbosa demonstra claramente a influência exercida pelas modinhas e lundús na corte.
O lundú também ganha força nesse período por ter um atrativo coreográfico (umbigada) e a peculiaridade de manter viva a característica herdada dos batuques africanos. O único exemplo de lundú instrumental e o mais antigo registro musical que se conhece desse tipo de dança foi recolhido no Brasil pelo pesquisador alemão Von Martius, entre 1817 e 1820.
O Romance da Nau Catarineta é uma das mais antigas e populares manifestações, não só do folclore brasileiro, como também de Portugal. Esse auto folclórico narra a história de uma embarcação que partiu de Recife em 1565, com destino a Lisboa, tendo a bordo o primeiro poeta brasileiro, Bento Teixeira Pinto. As melodias do romance "Nau Catarineta" foram recolhidas por Mário de Andrade em diversas partes do Nordeste do Brasil.