Mulheres no cárcere e a terapia do aplauso Elas estão no cárcere. O cárcere não está preparado para elas. Idealizado para o macho, o cárcere não leva em consideração as especificidades da fêmea. Faltam absorventes. Não existem creches. Excluem-se afetividades. Celas apertadas para mulheres que convivem com a superposição de TPMs, ansiedades, alegrias e depressões. A distância da família e a falta de recursos fazem com que mulheres fiquem sem ver suas crianças. Crianças privadas do direito fundamental de estar com suas mães. Crianças que perdem o contato com as mães para não crescerem no cárcere. Uma presa, em Garanhuns, Pernambuco, luta para recuperar a guarda de sua criança, que foi encaminhada para adoção por ela não ter familiares próximos. Uma criança com cerca de 2 anos de idade, em Teresina, Piauí, nasceu e vive no cárcere, não fala e pouco sorri, a mãe tem pavor de perdê-la para a adoção, sua família é de Minas Gerais. Essas mulheres são vítimas do machismo, da necessidade econômica e do desejo de consumir. São flagradas nas portas dos presídios com drogas para os companheiros; são seduzidas por traficantes que se especializaram em abordar mulheres chefes de família com dificuldades econômicas; também são vaidosas e, apesar de pobres, querem consumir o que a televisão ordena que é bom. Um tratamento ofensivo as afeta emocionalmente. A tristeza facilmente se transforma em fúria. Muitas escondem de suas crianças que estão presas. Sentem vergonha da condição de presas. Na maioria dos casos, estão convencidas de que são culpadas e que merecem o castigo recebido. Choram, gritam e se comovem. O cárcere é despreparado e pequeno demais para comportar a complexidade das mulheres. Apesar do aumento do número de mulheres presas no Brasil, especialmente nas rotas do tráfico, o sistema penitenciário não se prepara nem para as receber, nem para as ressocializar. Faltam presídios femininos, assim como capacitação específica para servidores penitenciários que trabalham com mulheres no cárcere. Falta estrutura que considere a maternidade e que garanta os direitos fundamentais das crianças. Assim como na sociedade, no cárcere, o espaço da mulher ainda é precário. O sistema é masculino na sua concepção e essência. Em cidades como Caicó, Rio Grande do Norte, não existe penitenciária feminina. As mulheres presas são alojadas numa área improvisada dentro da unidade masculina. Em Mossoró, no mesmo Estado, mulheres presas, ainda sem sentença, aguardam julgamento numa área minúscula dentro da cadeia pública masculina. A presença improvisada das mulheres cria problemas legais e acarreta insegurança para servidores penitenciários quanto à garantia da segurança geral e da integridade física das mulheres.
06. Coloque (V) para as afirmativas que forem verdadeiras e (F) para as que forem falsas, com relação à tipologia do texto acima.
a) () o texto “mulheres no cárcere e a terapia do aplauso” é próprio da tipologia injuntiva, já que a autora sugere mudanças no sistema carcerário.
b) () a argumentação é o que predomina no texto, pois a autora, por meio de argumentos de exemplificação, mostra a realidade do sistema carcerário feminino
c) () narração é o que predomina no texto em questão, já que a autora conta fatos sobre pessoas (personagens), num espaço (cadeias).
A sequência correta é: *
a) F – F – V
b) V –V – F
c) F – V – F
d) V –V –V
e) F –F –F
Soluções para a tarefa
Resposta:
1) A) Discutir a precariedade do sistema penitenciário para receber mulheres presas.
2) D) O excesso de proteção.
3) E) A função da mídia televisiva é apenas informar a sociedade dos acontecimentos em geral.
4) B) A oposição entre “cárcere” e “aplauso” instigam o leitor a ler o texto todo.
5) A) A distância da família e a falta de recursos fazem com que mulheres fiquem sem ver suas crianças. Crianças privadas do direito fundamental de estar com suas mães. Crianças que perdem o contato com as mães para não crescerem no cárcere.
6) D) V-V-V
Explicação:
Todas as sequências estão corretas, por isso a alternativa D é a opção mais adequada.
É possível identificar dentro do texto elemento que correspondem a essa alternativa.
O texto "Mulheres no cárcere e a terapia do aplauso" aborda a realidade de mulheres dentro das cadeias nacionais, sem qualquer tipo de de infraestrutura ou adaptação as suas necessidades, que são bem diferentes das masculinas.
Durante a narrativa, a autora segure mudanças utilizando exemplos e descrevendo o cenário penitenciário, apontando também os sinais de fraqueza e até mesmo sugerindo adaptações.
Para que o leitor consiga compreender de forma eficaz a situação das mulheres no cárcere, a autora também faz uso de argumentos de exemplificação.
Um exemplo disso é o trecho narrado em que a autora conta sobre a crianças de 2 anos que nasceu e vive no cárcere. Desta forma, além de contar sobre a realidade dentro dos presídios, ainda mostra os efeitos desses déficits na vida dos filhos das presas.
Espero ter ajudado!
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