Muitas pesquisas estão em desenvolvimento para que a vacina contra o Coronavírus esteja pronta em pouco tempo. Quais são as principiais situações que atrapalham ou que atrasam a descoberta (produção) dessa vacina?
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Resposta:
Quão perto estamos de criar uma vacina para o novo coronavírus?
Institutos de pesquisa em saúde de diversas partes do mundo já desenvolveram protótipos de vacinas e estão começando a testá-los em animais.
Em São Diego, a cientista Kate Broderick, chefe de pesquisa do laboratório Inovio, conta que os testes em humanos devem começar em alguns meses.
"Nós recebemos a sequência de DNA do vírus assim que as autoridades chinesas disponibilizaram online. A partir dele, desenvolvemos uma vacina e o próximo passo é colocá-la em produção", diz.
"Os testes pré-clínicos começam nesta semana e esperamos ter um produto final para testes em humanos no início do verão [ou inverno, no Brasil]."
Se a vacina for desenvolvida, em quanto tempo ela poderá estar disponível?
Na melhor das hipóteses, em meados de 2021. Se os testes em animais forem bem-sucedidos, a próxima etapa deve acontecer com humanos ainda em 2020.
Mas, mesmo que os cientistas consigam comemorar a criação de uma vacina até o Natal, ainda haverá um longo caminho até que ela seja produzida em larga escala.
Como tudo isso está acontecendo em uma velocidade sem precedentes e com o uso de novas técnicas, não se pode garantir que imprevistos não surjam no caminho.
É importante lembrar que existem quatro versões do coronavírus que já circulam entre humanos. Elas causam resfriados comuns e nós não temos vacinas contra nenhuma delas.
Como funciona uma vacina?
Vacinas são como professores para o corpo — o aluno é o sistema imunológico e a aula é sobre como lutar contra infecções.
Elas colocam versões inofensivas de vírus ou bactérias (ou pequenas partes deles) em contato com o sistema imunológico. As defesas do corpo reconhecem esses elementos como invasores e aprendem a combatê-los.
Assim, quando o corpo for exposto à doença para valer, ele saberá como lutar contra a infecção.
Quais são os diferentes tipos?
O principal método de vacinação nas últimas décadas tem sido o uso do vírus original.
A tríplice viral (vacina contra sarampo, caxumba e rubéola) é desenvolvida usando versões enfraquecidas de vírus, que não podem causar infecções profundas.
A vacina contra a gripe sazonal é feita a partir de versões inativas dos principais tipos de gripe em voga.
As buscas por uma vacina para o novo coronavírus estão usando novas abordagens. No entanto, essas técnicas foram testadas menos vezes que as tradicionais. Elas são conhecidas como vacinas "plug and play" (ligar e usar, em tradução livre).
Como a ciência já conhece o código genético do novo coronavírus, o Sars-CoV-2, os laboratórios têm uma espécie de mapa completo para a recriação do vírus.
Há cientistas usando pequenos trechos desse código genético do novo coronavírus nos códigos de outros vírus completamente inofensivos. Em teoria, quando alguém for posto em contato com essa versão que não oferece riscos, poderá desenvolver imunidade ao vírus.
Outros grupos estão usando pedaços inalterados do código genético bruto (DNA ou RNA, dependendo da abordagem). Espera-se que, uma vez injetados no corpo, eles comecem a produzir pedaços de proteínas virais contra as quais o sistema imunológico, novamente, pode aprender a lutar.
A vacina contra o vírus protegeria pessoas de todas as idades?
Ela será, quase inevitavelmente, menos bem-sucedida entre as pessoas mais velhas.
Isso não tem a ver com a vacina propriamente dita — é o sistema imunológico de pessoas idosas que nem sempre responde bem à imunização.
Isso é algo que pode ser percebido todos os anos nas campanhas de vacinação contra a gripe.
Pode haver efeitos colaterais?
Qualquer remédio, até o paracetamol, tem efeitos colaterais.
Mas, sem testes clínicos, é impossível saber quais serão os efeitos de uma vacina experimental.
Até que uma vacina seja desenvolvida, quais tratamentos estarão disponíveis?
As vacinas existem para prevenir infecções.
Como elas ainda não são uma opção, a melhor maneira de fazer isso é por meio de uma boa higiene.
Os efeitos da doença para a maioria das pessoas não são pesados. Existem alguns medicamentos antivirais sendo usados em testes clínicos, mas ainda não se pode afirmar com certeza que nenhum deles seja efetivo contra o novo coronavírus.
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