Mas, logo em seguida, adverti que enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de abalar, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio da Filosofia que procurava. (DESCARTES. Discurso do método. Col. Os Pensadores. Trad. J. Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1991, p. 46.) O texto citado corresponde a uma das passagens mais marcantes da filosofia de Descartes, um filósofo considerado por muitos intérpretes como o pai do racionalismo. Com base no texto e na ideia geral de racionalismo, é correto afirmar: a) O racionalismo tem como garantia de verdade a experiência. b) Descartes é um filósofo empirista, visto que faz experiências de pensamento. c) Descartes inaugura um tipo de busca pela verdade que se ampara no exercício. d) A expressão "penso, logo existo" é uma das suposições dos céticos sobre o conhecimento. e) Descartes não buscava um princípio seguro, pois duvidava de todas as coisas.
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É correta a alternativa C, mas a afirmativa parece estar incompleta, faltando a expressão "da razão" depois de exercício.
Descartes defendia a hipótese de que era apenas por meio da razão que os seres humanos, que não são dotados das perfeições divinas, poderiam chegar à verdade, dizendo que os sentidos e a experiência não seriam bases seguras pois podem "nos enganar", já que há impressões falsas, alucinações e outros enganos do tipo.
Um exemplo do conhecimento fundamentado do modo como compreende Descartes é o tamanho e a distância do Sol: a Razão nos permite saber que ele é gigantesco, muito maior que a Terra, e distante, enquanto a visão nos parece informar ser uma esfera pequena e próxima, o que é falso.
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