Leia o poema a seguir:
“Autorretrato falado”
Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
aves, pessoas humildes, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar
entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto
meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou
abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço
coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.
(Manoel de Barros)
Ao analisar o poema, NÃO é possível inferir:
A) já a partir do título, Manoel de Barros demonstra que pretende iniciar um diálogo com o interlocutor e enfatiza a mensagem escrita em oposição a oral.
B) no poema, percebe-se que o poeta procura estabelecer aproximações entre o “eu” do passado e o “eu” do presente.
C) no poema, há um diálogo entre passado e presente proporcionado pela autobiografia do poeta.
D) ao retratar suas origens no pantanal, o poeta constrói sua poesia a partir de seus referentes reais, ou seja, biográficos.
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Resposta:
eu tbm quero essa
Explicação:
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