III
Podre meu Pai! A Morte o olhar lhe vidra.
Em seus lábios que os meus lábios osculam*
Microrganismos fúnebres pululam*
Numa fermentação gorda de cidra*
Duras leis as que os homens e a hórrida hidra*
A uma só lei biológica vinculam,
E a marcha das moléculas regulam,
Com a invariabilidade da clepsidra*!...
Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos
Roída toda de bichos, como os queijos
Sobre a mesa de orgíacos* festins!...
Amo meu Pai na atômica desordem
Entre as necrófagas* que o mordem
E a terra infecta que lhe cobre os rins!
ANJOS, Augusto dos. Sonetos. In: . Eu. Disponível em: .Acesso em: 26 abr. 2016.
*Osculam: beijam.
*Pululam: multiplicam-se com rapidez.
*Cidra: espécie de fruta.
*Hidra: organismo cuja cavidade oral é dotada de tentáculos; vive na água doce, fixado em folhas e gravetos..
*Clepsidra: antigo instrumento de medição de tempo pela passagem de água entre seus compartimentos; relógio de água.
*Orgíacos: referente a orgias, festividades caracterizadas por excessos.
*Necrófagas: que se alimentam de carnes de animais mortos.
O soneto expressa dois sentimentos diante da morte do ente querido, que são:
A) terror e ira.
B) conformismo e afeto.
C) revolta e solidão.
D) ironia e alívio.
E) aceitação e alegria.
Soluções para a tarefa
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B)
Explicação:
B)
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