futuro dos refugiados (africanos) no brasil
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Resposta:
Eles não entenderam por que escolhi um país tão violento e tão longe", diz o sírio Abdulbaset Jarour, 25, sobre a reação dos parentes ao saberem que ele viria para o Brasil. Todos estavam cientes que não era esse o sonho de Jarour. Essas terras também não deviam estar nos planos de muitos europeus, orientais, africanos, haitianos e outros imigrantes. Mas todos aqueles que eram vítimas de algum horror ou tragédia, fossem refugiados ou não, viram aqui mais que a oportunidade de prosperidade longe de casa: vislumbraram a simples chance de sobrevivência. E essa salvação, mesmo em meio à destruição, pode vir com um mero carimbo diplomático. Foi esse aval burocrático, o "sim" para o pedido de asilo que havia sido recusado pelos "favoritos" Estados Unidos e Austrália, que tirou Jarour da guerra civil na Síria para colocá-lo no centro de São Paulo.
Foi também nessa pegada de "Brasil? Ah, tá valendo!" que o ex-secretário de Educação da Síria, Mowfaq Hafez, 70, salvou sua família. Ele reconheceu no convite de uma palestra um amigo de infância, Ahmadali Saifi, que havia emigrado para o Brasil em 1965 e prosperado como empresário. A dupla não se via desde quando eram colegas de escola no Líbano, mas Hafez não hesitou em pedir ajuda. Recebeu de Saifi passagens para vir com a família a São Paulo o quanto antes. A viagem foi feita no dia em que uma bomba destruiu a casa de Hafez. "Eu e minha família saímos com a roupa do corpo", lembra o professor. Após uma tentativa de viver na Arábia Saudita, Hafez voltou ao Brasil no último dia 10.