Faça um comentário critico e reflexivo sobre a sua compreensão do negro no Brasil
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Explicação:
Aponte para as teses ou ideais abaixo pelo menos dois argumentos que sejam considerados válidos, consistentes. Uma sugestão: a partir de cada ideia, apresente o porquê, a razão dessa tese ser válida. a) É necessário proteger nossas florestas. Argumento 1: ....... Argumento 2: ...... b) Em tempos de pandemia de Corona Vírus o isolamento social é imprescindível. Argumento 1: Argumento 2: ...... c) A pandemia do Coronavírus trouxe à tona vários problemas sociais que o brasileiro enfrenta constantemente. Argumento 1: Argumento 2:
Resposta:
No período histórico que compreende a expansão marítima europeia, no século XV, a Europa era considerada o centro de uma divisão tricontinental do mundo. Os outros continentes dessa conjuntura eram a América e a África. Esses continentes participavam como território de exploração, o primeiro de recursos naturais e proventos mercantis, o último da mão de obra escrava (Chiavenato, 1980). Dessa forma, a saída de homens e mulheres negros do continente africano e sua chegada à costa brasileira foram no intuito de servir como mão de obra escrava, naquele momento em que o Brasil passava por um processo de povoamento e exploração por sua metrópole, Portugal.
Na escravidão, o africano ocupava lugar central no processo produtivo. As relações econômicas de grande e médio porte, internas e com outros países, dependiam da força de trabalho escravo para se desenvolver. Por mais de três séculos (Pinsky, 2000), o escravo foi considerado uma mercadoria no Brasil. Ele podia servir de moeda de troca e, ao mesmo tempo, era a principal força motriz do sistema econômico. De acordo com Santos (2009), o total de africanos desembarcados no Brasil na época da escravidão oscilou entre 3,5 milhões e 4 milhões de escravos.
O africano escravizado era objeto - máquina de trabalho e produto mercantil de grande valor - desprovido da condição humana e, como tal, tratado sem a menor preocupação com condições de saúde e sobrevivência, desde seu transporte da África até o seu uso intensivo na exploração colonial. O africano escravizado, dessa forma, possuía uma única função: servir de mão de obra para seus senhores e era obrigado a fazer tudo o que lhe era ordenado, havendo castigos terríveis para quem desobedecesse. O sistema escravocrata nas Américas foi inovador em termos de barbárie e degradação humana (Chiavenatto, 1980).
Foi somente em 1888, com a assinatura da Lei Áurea, que finalmente a escravidão foi abolida. A Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel, filha do imperador Dom Pedro II, teve origem nas manifestações de escravos e nas lutas abolicionistas, porém, sem nenhum projeto, nenhuma política pública voltada para a inserção dos ex-escravos na sociedade, que foram largados à própria sorte (Carvalho, 2001).
O Brasil foi o último país a abolir a escravatura, depois de Cuba (1866), Estados Unidos (1865), Equador, Colômbia e Venezuela (1821) e Haiti (1804). Esse cenário inaugurou o republicanismo e o trabalho livre assalariado (Santos, 2009).
Com a abolição da escravatura e o advento do trabalho livre, ocorreram muitas mudanças sociais em que as relações de trabalho se transformaram e o escravo, ao se emancipar, transforma-se em negro1 livre e assalariado, passando a participar do mundo do trabalho como trabalhador livre, vendendo sua força de trabalho de acordo com os ditames da nova ordem competitiva que se instaurava. Isso em tese é o que a história oficial aponta. Esse grande contingente de pessoas se viu sem perspectivas de trabalho, de educação e de inclusão social, visto que a mão de obra europeia já estava presente.
Entre a segunda metade do século XIX até meados do século XX, mais precisamente a década de 1930, a sociedade brasileira foi fortemente influenciada por teorias racistas importadas da Europa. Essas teorias se pautavam pelas discussões acerca da origem da espécie humana. Segundo elas, as diferenças étnicas seriam fruto da superioridade ou da inferioridade de determinados grupos humanos sobre outros. Nesse sentido, muitos cientistas passaram a desenvolver argumentos que justificavam a inferioridade da população que não fosse de origem europeia.
O racismo se manteve e encontrou apoio nessas teorias que proclamavam a inferioridade racial do negro em relação ao branco e que viam nos mulatos a caracterização de uma nação doente, racial e socialmente (Telles, 2003).
Um dos primeiros estudos realizados sobre o negro no Brasil surge no final do século XIX, concretizado pelo professor de medicina legal Raimundo Nina Rodrigues. Esse autor escreveu sobre a presença do africano em diferentes perspectivas, ou seja, procurou abordar, em seus estudos, aspectos físicos, psíquicos, sociais, culturais, dos africanos e afrodescendentes, inaugurando diversos trabalhos sobre o chamado racismo científico no Brasil.
Para se constituir como nação, o Brasil já possuía alguns requisitos como o território e um idioma, herdado de seus colonizadores. No entanto, faltava-lhe uma identidade populacional. Porém, na configuração do Brasil República, as figuras influentes da sociedade brasileira exigiam a resolução da questão que envolvia a composição racial. Era difícil encontrar uma forma de incluir a população de ex-escravos na constituição da nacionalidade e da identidade brasileira, uma vez que as conclusões acerca da inferioridade racial ainda marcavam o pensamento da época (Munanga, 2004).