Explique como o metalismo era utilizado e qual é a sua importância na construção do poder absolutista dos reinos modernos europeus.
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Resposta:
Conceito utilizado para definir o acúmulo de metais por um país
O Metalismo é um princípio que foi utilizado a partir do século XV, inicialmente como medida da riqueza de uma nação. A exploração de metais preciosos no período colonial favoreceu o surgimento desse sistema econômico.
Metais de alto valor econômico como o ouro e a prata, por exemplo, eram usados para trocas comerciais. As moedas feitas a partir do metal possuíam um valor que poderia ser alterado conforme o peso. Com essa moeda era possível comprar algum tipo de mercadoria que tivesse o preço proporcional ao da moeda.
Também conhecido como bulionismo, que na tradução geral significa “pequenos lingotes de ouro”, apresentava a noção de que quanto mais metais um país possuísse, mais rico seria.
Mercantilismo
Como consequência de um conjunto de práticas econômicas manifestadas durante a formação das monarquias nacionais, surge o mercantilismo. A intervenção do Estado na economia da nação e o forte colonialismo que proporciona a larga extração de metais, são as condições que propiciam o desenvolvimento do mercantilismo.
A partir desse conceito surgiram também, além do sistema metalista, as ideias de balança comercial, pacto colonial e protecionismo. Cada uma delas foi responsável por organizar a economia de alguma forma.
O pacto colonial garantia que apenas a metrópole colonizadora recebesse os materiais extraídos do seu país colônia, evitando a negociação com outras nações.
Já o protecionismo era uma forma de proteger a produção interna do país, fazendo a população consumir produtos locais. Para isso, o Estado inibia a entrada de mercadorias estrangeiras aumentando os tributos e impostos da fronteira.
No caso da balança comercial, esse método tinha o mesmo objetivo que o protecionismo, só acrescentava a ideia que o país deveria exportar mais para garantir uma economia estável.
Surgimento do metalismo
O conceito de metalismo surgiu na transição entre Idade Média e Idade Moderna como característica de uma prática econômica nova na Europa: o mercantilismo.
As grandes navegações comerciais proporcionaram o encontro e manuseio desses metais para esse tipo de negócio. A Espanha foi o país que mais se destacou nesse modelo econômico, pois realizava grandes explorações desses metais preciosos nas colônias conquistadas, especialmente no Peru (América do Sul) e no México (América do Norte).
O armazenamento de ouro e prata garantia a estabilidade econômica de um país, era essa a percepção do metalismo, que também era usado para mensurar a riqueza da nação. O objetivo era proporcionar ao país o maior desenvolvimento econômico possível que transferia à nação poder, prestígio e respeito diante das nações estrangeiras.
Dessa forma, outros países como Holanda, Inglaterra e França, que não tinham onde conseguir metais, praticavam uma ação muito comum a esse período: contratavam piratas (chamados de corsários) para saquear navios espanhóis carregados de ouro e até mesmo para invadir países que tinham as pedras preciosas.
Portugal também se evidenciou nas explorações de metal, pois sua principal fonte, o Brasil colônia, era riquíssima desses materiais.
A demasiada acumulação desses recursos minerais provocou uma enorme inflação na Europa, causando a queda do metalismo. Espanha e Portugal, que eram os maiores portadores de ouro e prata, fizeram um acordo para diminuir a circulação das moedas no continente europeu para evitar mais prejuízos às nações.
Ideias contrárias e declínio do metalismo
Em meados do século XVIII começaram a despontar novas ideologias que traziam teorias contrárias a esse sistema. Os fisiocratas, por exemplo, defendiam a ideia de que a riqueza de um país estava na agricultura e na produção de recursos naturais, pois era o que permitia ser exportado para o mercado internacional.
Logo depois, surgiram os defensores do liberalismo clássico que criticava o monopólio e o controle da economia através de todo o conjunto mercantilista. Eles eram a favor do liberalismo econômico.
Contrário ao mercantilismo está o chartalismo, que sustenta a ideia de que o valor das moedas feitas de metais depende, sobretudo, da autoridade do Estado. Ou seja, ainda que regido por esse sistema monetário, a moeda, nesse caso, seria apenas um instrumento legal para controlar a atividade de produção do mercado.
O termo foi criado pelo economista alemão Georg Friedrich Knapp (1842 - 1926) em sua obra The State Theory of Money (A teoria estatal da moeda). Nessa teoria, o autor discute o fato de que a emissão institucional de governo é que origina o valor do dinheiro e não de forma espontânea como acontece nas relações comerciais.
A negociação de metais preciosos é feita atualmente através de commodities na bolsa de valores. Com a evolução dos tempos outras formas de dinheiro foram sendo aperfeiçoadas, como é o caso da cédula de papel.
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