Geografia, perguntado por juliaI1, 1 ano atrás

explique a relação da industria brasileira e a globalização??

Soluções para a tarefa

Respondido por FelipeNapoleão
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Internacionalizar a indústria brasileira
Já temos meios para apoiar a competitividade global de nossas empresas

A globalização impõe uma acirrada concorrência não só entre as empresas, mas também entre os países, e somente aqueles que têm uma estratégia de internacionalização são bem-sucedidos. Japão, Coréia e mais recentemente a China são exemplos de sucesso. De forma inteligente eles perseguem um rumo e implementam programas ousados de ocupação de novos mercados.

Os instrumentos financeiros recém-divulgados pelo governo brasileiro visando fortalecer empresas exportadoras e com potencial de liderança global certamente são bem-vindos. Estabelecer metas desafiadoras de exportação também é essencial, pois hoje respondemos por pouco mais de 1% do comércio mundial. Nossos estudos mostram que, além do crescimento quantitativo, devemos exportar produtos de maior valor agregado. Mantendo uma pauta composta predominantemente de commodities e produtos primários e poucas exportações com conteúdo tecnológico, como os aviões, não será possível sustentar as necessidades futuras de produtos e serviços importados.

Neste momento um reforço para as empresas que demonstram aptidão para o comércio exterior é importante, pois as projeções do saldo da balança comercial para 2007 estão caindo, podendo ficar abaixo de US$ 40 bilhões. Para 2008 estima-se um valor menor ainda. Os números também apontam para o desaparecimento do superávit em conta corrente já em 2009. É um imperativo fazer com que o câmbio volte a permanecer competitivo, a exemplo do que se passa nos países mais dinâmicos.

Ultrapassar em curto espaço de tempo a casa dos 20% do nível de investimento do Produto Interno Bruto (PIB) - ante os atuais 17% - é vital para garantir o crescimento. Para isso, o BNDES precisa ter seus recursos pelo menos duplicados no médio prazo. Os estudos e eventos que temos patrocinado recomendam a criação no BNDES de uma unidade especializada para apoiar inovações voltadas ao mercado externo. Prospectar tendências tecnológicas e de mercados será indispensável para suportar as ações de internacionalização do próprio banco. Com o financiamento da compra da Swift Armour pelo Friboi - tornando este frigorífico brasileiro o maior do mundo - o BNDES demonstrou que já tem instrumentos para apoiar a competitividade global das indústrias brasileiras.

Precisamos rapidamente contar com dezenas de exemplos similares. Além da ampliação de recursos, outras medidas podem ser implementadas, tais como: ampliar acordos e tratados internacionais pautados por interesses econômicos estratégicos, e não por interesses ideológicos; revisar a legislação que interfere nas atuações internacionais das empresas; adequar os sistemas tributários; etc.

No entanto, para que o sucesso dessa política seja garantido, impõe-se o funcionamento de um fórum permanente de diálogo público-privado que congregue os diversos atores. As federações de indústrias contam com centros internacionais de negócios (CIN) que apóiam milhares de empresas nas suas iniciativas de internacionalização. Alinhados à Confederação Nacional da Indústria (CNI), estão prontos a se somar às demais entidades públicas e privadas em prol dessa causa de interesse nacional. E os empresários precisam ser cada vez mais despertados para olhar para fora. Fomos educados a enxergar o mercado interno como a fronteira para expansão dos nossos negócios.

Embora ainda seja o fundamental, a globalização amplia substancialmente as oportunidades. Sobre a base territorial do Brasil edificamos uma pujante economia industrial. Agora é hora de ampliar os horizontes e incorporar à riqueza nacional o potencial de outros mercados. Exportar é o que importa e produzir no exterior é uma estratégia promissora para muitas empresas, desde que isto signifique um verdadeiro crescimento dos negócios, e não uma forma alternativa de sobrevivência dos empreendedores para fugir de um ambiente econômico interno hostil. Este é o jogo da China, Índia, Finlândia e de todos os países que estão avançando rapidamente nos mercados internacionais.

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