escrevam diálogos entre os marinheiros e o comandante
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O diálogo entre o capitão, de 52 anos, que fugia do acidente por volta das 23h30 local em um bote salva-vidas e o comandante de Livorno, de 46 anos, que, imperiosa e taxativamente, ordenava seu retorno ao navio para socorrer milhares de homens, mulheres e crianças ocorreu à 1h46.
No entanto, Schettino, que afirmava o tempo todo estar no comando da embarcação, embora depoimentos de um cozinheiro o situavam em um bar esperando uma bebida ao lado de uma mulher, não voltou ao cruzeiro, onde até as 3h da madrugada houve passageiros a serem resgatados.
"Escute, Schettino", disse De Falco, "há pessoas presas a bordo. Dirija-se com seu barco abaixo da proa do navio pelo lado direito. Suba a bordo pela escada de corda e me diga quantas pessoas há lá. Está claro?".
Com uma voz apagada, o capitão do cruzeiro respondeu: "Mas se dá conta que aqui está tudo escuro e não vemos nada?".
"E quer voltar para sua casa, Schettino?", perguntou De Falco irritado e levantando a voz. "Está escuro e quer voltar para sua casa? Pegue o bote, vá até a proa do navio e diga-me o que se pode fazer, quantas pessoas estão lá e o que precisam. Está claro?".
"Suba a bordo!", ordenou com voz firme, indignada, apaixonada, uma frase que ressoou nas casas italianas.
O diálogo, que foi reproduzido por todos os meios de comunicação durante a terça, não deixou os italianos indiferentes e as redes sociais estão saturadas nesta quarta-feira com o nome do herói que nunca quis sê-lo.
De fato, na noite da sexta-feira De Falco chorou de raiva quando ficou claro que no interior do navio haviam ficado presos homens, mulheres, portadores de deficiência física e talvez algumas crianças, 300 pessoas que foram abandonadas a bordo por Schettino, segundo a acusação.
Chorou de raiva, segundo contaram seus subordinados aos meios de comunicação, ao pensar no caráter "desumano" do capitão.
No entanto, De Falco pediu aos jornalistas que se esqueçam dele. Sua missão é e foi a de "socorrer". Por outro lado, o comandante considera que o verdadeiro herói é seu subcomandante, Alessandro Tosi, que às 22h07 local lhe disse: "Comandante, aquele cruzeiro está indo devagar demais, 6 nós (menos de 2 km/h). O que faz a 6 nós em uma rota invertida? Há um problema".