Discurso de José Saramago
O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever. Às quatro da madrugada, quando a promessa de um novo dia ainda vinha em terras de França, levantava-se da enxerga e saía para o campo, levando ao pasto a meia dúzia de porcas de cuja fertilidade se alimentavam ele e a mulher. Viviam desta escassez os meus avós maternos, da pequena criação de porcos que, depois do desmame, eram vendidos aos vizinhos da aldeia, Azinhaga de seu nome, na província do Ribatejo. Chamavam-se Jerónimo Melrinho e Josefa Caixinha esses avós, e eram analfabetos um e outro.
[...]
Termino. A voz que leu estás páginas quis ser o eco das vozes conjuntas das minhas personagens. Não tenho,a bem dizer,mais voz que elas tiverem.Perdoai-me se vós pareceu pouco isto que para mim é tudo.
1- O texto acima é a transição do discurso de José Saramago na ocasião em ele foi receber o prêmio Nobel de Literatura. Embora fosse um escritor, cuja matéria-prima é a palavra, podemos ver que ele desvincula a sabedoria do ato de escrever, como se costuma fazer. Explique como o autor faz isso.
2- Quais são as marcas gramaticais que nos permite afirmar que o texto lido é um discurso?
3- Por qual motivo o discurso de Saramago,embora tenha sido proferido oralmente, mantém um registro formal?
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Resposta:
rsrsrs preciso dessa tbm
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