De que forma a implantação de uma economia que se baseava no sistema de: latifúndio, mão de obra escrava e monocultura determinaram as características culturais e a estrutura social social do Brasil colônia ? Esse sistema econômico tem alguma relação ainda presente em nossa história ?
terciolb:
Poxa, essa aqui é um pouco mais complexa, ein ?
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Prezada,
A implantação de uma economia baseada no latifúndio, mão-de-obra escrava e monocultura, bem como do pacto colonial impactou a estrutura social e cultural do Brasil colônia.
Isso decorre da própria estrutura social desse período, com uma grande maioria de escravos índios e negros, com uma pequena elite branca, principalmente masculina.
Nesse sentido, para a manutenção dessa ordem social injusta, havia proteção estatal que defendia o direito dos senhores de engenho em comprarem e dominarem seus escravos, com o uso da violência em muitos casos. O tempo de vida em razão das más condições de alimentação e higiene era de cerca de cinco a dez anos nos trabalhos pesados das lavouras e minas. Por isso, havia sempre o intenso fluxo comercial de escravos, haja vista que era preciso repor as constantes perdas.
Apesar disso, havia sempre o temor de que os escravos se rebelassem, fazendo a revolução que os do Haiti realizaram, ao tomar o controle do país, matar quase todos os brancos e declarar a independência do país. Criou-se, em parte, uma dominação não apenas cultural, mas ideológica, com possibilidades de que os escravos, eventualmente, comprassem sua alforria.
Além diso, Portugal controlava, fortemente, o monopólio comercial, promovendo o protecionismo voltado a uma balança comercial que beneficiasse o país colonizador.
Nesse sentido, era mais importante alguém ter contatos políticos com a família real ou outros poderosos da metrópole do que apresentar um bom produto ou uma boa estratégia de negócio, o que favoreceu a grande corrupção nesse período.
Não havia liberdade para discutir as ideias e os projetos políticos, bem livre iniciativa para operar no mercado econômico. A economia, em grande parte, era dominada por pessoas que se beneficiavam pelo situação injusta e a competição desleal no campo econômico.
Desse modo, o Brasil e muitos outros países da América, ao se tornarem independentes, mantiveram a cultura do monopólio, do uso do poder para defender interesses particulares, bem como evitaram a efetiva inclusão das camadas populares do processo político-decisório, dentro da lógica do "manda quem pode, obedece quem tem juízo".
Para demonstrar esse tipo de posicionamento, saiba que havia leis proibindo meu Estado, o Rio Grande do Norte, de produzir sal (hoje o RN é responsável por produzir mais de 95% desse produto no Brasil).
Essa substituição da metrópole pelas elites locais, sem alteração da estrutura social, é uma característica que dará origem ao caudilhismo e à monarquia brasileira, bem como a república das espadas.
Outro resultado desse processo está no uso do dinheiro público de maneira despreocupada pelos governantes, muitas vezes de modo contrário à necessidades da população, estimulando, inclusive, em práticas como a corrupção.
Por fim, a abolição da escravatura não foi acompanhada de qualquer indenização por parte do governo ou dos ex-senhores, de maneira que os negros foram apenas dispensados, acabando nas condições miseráveis das favelas, alcoolismo, dentre outras situações de vulnerabilidade social.
Portanto, o passado ligado à monocultura, aos latifúndios e à mão-de-obra escrava estão, intimamente, relacionadas aos problemas ligados à distribuição justa da terra, à preponderância de indivíduos negros e pardos nas cadeias (e outros locais ligados à miséria), bem como à corrupção e à violência inerente à nossa sociedade atual.
Sugiro, para complementar essa explicação, que veja os vídeos " Guerra de Canudos - filme completo ", " HISTÓRIA DO BRASIL: A COLONIZAÇÃO DO BRASIL " e " Brasil: Uma História Inconveniente ", facilmente encontrados no you..tube, bem como ler o livro " Os Sertões ", de Euclides da Cunha .
Bons estudos!
A implantação de uma economia baseada no latifúndio, mão-de-obra escrava e monocultura, bem como do pacto colonial impactou a estrutura social e cultural do Brasil colônia.
Isso decorre da própria estrutura social desse período, com uma grande maioria de escravos índios e negros, com uma pequena elite branca, principalmente masculina.
Nesse sentido, para a manutenção dessa ordem social injusta, havia proteção estatal que defendia o direito dos senhores de engenho em comprarem e dominarem seus escravos, com o uso da violência em muitos casos. O tempo de vida em razão das más condições de alimentação e higiene era de cerca de cinco a dez anos nos trabalhos pesados das lavouras e minas. Por isso, havia sempre o intenso fluxo comercial de escravos, haja vista que era preciso repor as constantes perdas.
Apesar disso, havia sempre o temor de que os escravos se rebelassem, fazendo a revolução que os do Haiti realizaram, ao tomar o controle do país, matar quase todos os brancos e declarar a independência do país. Criou-se, em parte, uma dominação não apenas cultural, mas ideológica, com possibilidades de que os escravos, eventualmente, comprassem sua alforria.
Além diso, Portugal controlava, fortemente, o monopólio comercial, promovendo o protecionismo voltado a uma balança comercial que beneficiasse o país colonizador.
Nesse sentido, era mais importante alguém ter contatos políticos com a família real ou outros poderosos da metrópole do que apresentar um bom produto ou uma boa estratégia de negócio, o que favoreceu a grande corrupção nesse período.
Não havia liberdade para discutir as ideias e os projetos políticos, bem livre iniciativa para operar no mercado econômico. A economia, em grande parte, era dominada por pessoas que se beneficiavam pelo situação injusta e a competição desleal no campo econômico.
Desse modo, o Brasil e muitos outros países da América, ao se tornarem independentes, mantiveram a cultura do monopólio, do uso do poder para defender interesses particulares, bem como evitaram a efetiva inclusão das camadas populares do processo político-decisório, dentro da lógica do "manda quem pode, obedece quem tem juízo".
Para demonstrar esse tipo de posicionamento, saiba que havia leis proibindo meu Estado, o Rio Grande do Norte, de produzir sal (hoje o RN é responsável por produzir mais de 95% desse produto no Brasil).
Essa substituição da metrópole pelas elites locais, sem alteração da estrutura social, é uma característica que dará origem ao caudilhismo e à monarquia brasileira, bem como a república das espadas.
Outro resultado desse processo está no uso do dinheiro público de maneira despreocupada pelos governantes, muitas vezes de modo contrário à necessidades da população, estimulando, inclusive, em práticas como a corrupção.
Por fim, a abolição da escravatura não foi acompanhada de qualquer indenização por parte do governo ou dos ex-senhores, de maneira que os negros foram apenas dispensados, acabando nas condições miseráveis das favelas, alcoolismo, dentre outras situações de vulnerabilidade social.
Portanto, o passado ligado à monocultura, aos latifúndios e à mão-de-obra escrava estão, intimamente, relacionadas aos problemas ligados à distribuição justa da terra, à preponderância de indivíduos negros e pardos nas cadeias (e outros locais ligados à miséria), bem como à corrupção e à violência inerente à nossa sociedade atual.
Sugiro, para complementar essa explicação, que veja os vídeos " Guerra de Canudos - filme completo ", " HISTÓRIA DO BRASIL: A COLONIZAÇÃO DO BRASIL " e " Brasil: Uma História Inconveniente ", facilmente encontrados no you..tube, bem como ler o livro " Os Sertões ", de Euclides da Cunha .
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