Conto de mistério
Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando
pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que
cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal
que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste,
acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas.
Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em
frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.
Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:
Siga-me! - foi à ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e
saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele - a uma
distância de uns dez a doze passos - entrou também.
Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que
ia à frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de
tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se
discretamente.
Entraram os dois e deram numa sala pequena e enfumaçada onde, no centro,
via-se uma mesa cheia de pequenos pacotes. Por trás dela um sujeito de
barba crescida, roupas humildes e ar de agricultor pareciam ter medo do
que ia fazer. Não hesitou - porém - quando o homem que entrara na frente
apontou para o que entrara em seguida e disse: "É este".
O que estava por trás da mesa pegou um dos pacotes e entregou ao que
falara. Este passou o pacote para o outro e perguntou se trouxera o
dinheiro. Um aceno de cabeça foi à resposta. Enfiou a mão no bolso,
tirou um bolo de notas e entregou ao parceiro. Depois se virou para
sair. O que entrara com ele disse que ficaria ali.
Saiu então sozinho, caminhando rente às paredes do beco. Quando alcançou
uma rua mais clara, assoviou para um táxi que passava e mandou tocar a
toda pressa para determinado endereço. O motorista obedeceu e, meia hora
depois, entrava em casa a berrar para a mulher:
- Julieta! Ó Julieta... Consegui.
A mulher veio lá de dentro enxugando as mãos em um avental, a sorrir de
felicidade. O marido colocou o pacote sobre a mesa, num ar triunfal. Ela
abriu o pacote e verificou que o marido conseguira mesmo. Ali estava:
um quilo de feijão
1) O que poderia estar ocorrendo para a personagem fazer tanto suspense para obter um pacote de um quilo de feijão?
Soluções para a tarefa
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Olá,
A única explicação plausível para tanto mistério e felicidade ao depararem-se com um quilo de feijão é que, na história em questão, o feijão havia se tornado raro, fruto de uma baixa oferta no mercado ou mesmo proibição de venda.
O tráfico ou a venda proibida e clandestina de algum produto sempre acontece da maneira que é representada no texto, com discrição absoluta. É possível até imaginar que o sujeito estava a comprar uma arma ilegal ou drogas. Entretanto, a ironia e a graça desse conto de mistério está em surpreender o leitor ao dizer que todo o esforço foi para comprar feijão.
Espero ter ajudado!
A única explicação plausível para tanto mistério e felicidade ao depararem-se com um quilo de feijão é que, na história em questão, o feijão havia se tornado raro, fruto de uma baixa oferta no mercado ou mesmo proibição de venda.
O tráfico ou a venda proibida e clandestina de algum produto sempre acontece da maneira que é representada no texto, com discrição absoluta. É possível até imaginar que o sujeito estava a comprar uma arma ilegal ou drogas. Entretanto, a ironia e a graça desse conto de mistério está em surpreender o leitor ao dizer que todo o esforço foi para comprar feijão.
Espero ter ajudado!
Respondido por
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Resposta:
Porque não sabemos oque eles vai fazer com 1quilo de feijao
Explicação
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