Sociologia, perguntado por eduardamello0311, 3 meses atrás

conquista da classe trabalhadora da frança ao longo dos jogos olimpicos ​

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Respondido por olimpiogabriel088
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Como um legítimo aristocrata francês cuja formação se dera logo quando instaurada a Terceira República, crescendo sob a influência de uma educação voltada para o patriotismo quase ufanista, Pierre de Frédy, o Barão de Coubertin, tinha pela França uma verdadeira devoção, comparável à que dedicava à sua causa maior, os Jogos Olímpicos. Ao mesmo tempo, tratando-se de um parisiense nativo do signo de capricórnio que veio ao mundo no primeiro dia do ano de 1863, na Rua Oudinot – próxima ao Sena –, Coubertin era teimoso e persistente. A devoção pela França, a teimosia e a persistência foram fundamentais para que Paris voltasse a sediar uma olimpíada depois do fracasso da edição de 1900.

Nem mesmo a condição do Barão de presidente do COI era suficiente para que se conseguisse, sem dificuldades, a indicação da capital francesa para receber a Olimpíada de 1924. Outras candidaturas se apresentavam, como Amsterdã (Holanda), Los Angeles (Estados Unidos) e Roma (Itália), e as duas primeiras tinham maior simpatia dos demais membros do colegiado. Coubertin, porém, fez valer a teimosia, um dos mais fortes traços de sua personalidade, e manteve a defesa de Paris. Na 19ª Sessão do COI, realizada em 2 de junho de 1921, em Lausanne (Suíça), a proposta do Barão foi submetida a votação e venceu, com 14 votos a favor, 4 contrários e uma abstenção. Foi preciso, todavia, fazer mais duas votações, ante os debates acirrados em torno da questão, sendo que, em ambas, o mesmo resultado da primeira se manteve. Assim, a decisão final foi que Paris sediaria os Jogos de 1924, enquanto Amsterdã seria a anfitriã da edição de 1928.

Era questão de honra para Coubertin que Paris 1924 fosse completamente diferente dos Jogos de 1900, marcados por terem sido absorvidos pela Exposição Universal, pelo longo período de cinco meses de disputa e pela desorganização, inclusive quanto à coleta dos resultados. O Barão estava à frente do COI desde a 2ª Sessão (durante os Jogos de Atenas 1896) e já resolvera que Paris 1924 seria sua última Olimpíada à frente do Movimento Olímpico. Havia fortes razões para que Coubertin acreditasse que a história seria diferente da que fora 24 anos antes, pois, desde Londres 1908, os Jogos Olímpicos melhoravam a cada edição quanto à organização e à popularidade. Os marcos mais positivos dessa evolução foram Estocolmo 1912 e, especialmente, Antuérpia 1920, uma edição em que os belgas tiveram pouco mais de um ano para a preparação da Olimpíada, que foi um reconhecido sucesso.

Pierre de Frédy testemunhou muitas mudanças nos Jogos Olímpicos desde Atenas 1896, inclusive no número de competidores: 2.626 na última edição em Antuérpia, contra 241 em Atenas. Se, na primeira edição, não houve mulheres entre os atletas, em Antuérpia 1920 já eram 2,47% as representantes do sexo feminino – a contragosto do Barão, que sempre defendeu que o esporte só era prática afeta aos homens. O número de países participantes também aumentava a cada edição – igualmente a contragosto do Barão, que lutava contra o “gigantismo” dos Jogos. Em Atenas 1896, foram 14 nações, enquanto que, em Antuérpia 1920, compareceram 29 delegações, um crescimento superior a 100%. Os Jogos de Atenas presenciaram a disputa de nove modalidades esportivas; em Antuérpia, eram 22 esportes, com 156 provas. Sete locais sediavam as disputas em Atenas 1896, bem menos que as 17 sedes dos Jogos de Antuérpia 1920.

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