como se deu o processo de escravidão no piaui
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A escravidão no Piauí colonial
Os primeiros negros a chegarem nas terras piauienses vieram juntos com a pecuária, trazidos pelos colonizadores. A presença do escravo na pecuária deveria ter vindo de outras regiões do Brasil (BRANDÃO. T, 1999). O negro, como em outras capitanias, era tratado como mercadoria. Não tinha os direitos que os brancos tinham; era propriedade de alguém, e para viver era obrigado a trabalhar. Entre os escravos havia os mestiços, além de mulheres e crianças.
Nivelava o escravo à condição de objeto, mercadoria comerciável, obrigatoriamente pertencente a alguém. Como ser animalizado, tinha a obrigação de executar trabalhos pesados, degradantes ao homem. Considerado elemento inferior, sem capacidade de assimilação intelectual, necessitava ser tutelado, representado. […] existiam três características fundamentais da escravaria no Piauí: a primeira era que para cada três homens livres existia um escravizado, a segunda, era que existia um grande número de mestiços, e a terceira era que a faixa etária entre os cativos era jovem, com uma significativa representatividade das mulheres, tanto na faixa etárias de crianças, como na faixa etária produtiva, entre 20 e 50 anos. (SOUSA. T, 2012, p. 36 apud FALCI, 1999, p.24)
A mesma pesquisadora relata que a escravidão no Piauí aconteceu sob dois aspectos. O primeiro se refere ao aprisionamento dos índios para atuarem como trabalhadores, guias e militares em confrontos. O seguindo foi a presença do negro escravizado, vindo da África, fornecer a sua força de trabalho nas fazendas.
Há outro ponto interessante a ser observado. Em relação aos escravos e seus proprietários existiam dois grupos: os cativos que pertenciam à Coroa e cativos de proprietários particulares.
Os escravos pertencentes a Coroa são aqueles que residiam nas antigas fazendas de Domingos Afonso Mafrense. Este resolveu sair do Piauí e deixou todos os seus bens aos jesuítas. Porém, com a chegada do Marquês de Pombal, e a expulsão do jesuítas, em 1760, tudo que pertencia aos padres missionários agora era de propriedade da Coroa. Segue o testamento de Mafrense, onde ele relata que possui muitas fazendas, sítios e gado. Ainda alerta para a dificuldade e custos que teve ao explorar as terras piauienses:
Pouco tempo depois da morte de Domingos Afonso Mafrense, os jesuítas assumem a herança que haviam recebido. O primeiro missionário a administrar foi o padre Manuel da Costa. Com a expulsão destes, as fazendas ficaram sob o domínio da Coroa, e passaram a se chamar Fazendas do Fisco ou Fazendas do Real Fisco. Quando a Coroa portuguesa assumiu as fazendas, na década de 1760, elas estavam divididas em sítios ou alugadas para particulares. Os padres jesuítas foram bastante influenciáveis naquela região, chegaram a comprar outras fazendas, todas elas ocupavam um contingente de 700 trabalhadores escravos, entre eles índios e negros (OLIVEIRA, 2007, p.30 apud COSTA, 1974, p.74-75). Logo depois, com a proclamação da Independência, passaram a ser chamadas de Fazendas Nacionais.
Mott (2010) diz que era comum em outras regiões do Brasil o escravo de ganho, aquele que era alugado pelo seu dono para trabalhar para outras pessoas, e o escravo doméstico, aquele que desenvolvia tarefas internas, dentro das residências. Contudo, no Piauí, não havia espaço para o escravo de ganho, pois a organização econômica e social era bastante rudimentar. O maior número de escravos estava nas propriedades rurais desenvolvendo trabalhos nas fazendas. T. Brandão (1999) diz que as atividades nas fazendas não estavam restritas ao cuidar do gado, e essa tarefa era função do vaqueiro. Os escravos poderiam desenvolver atividades na manutenção das fazendas: construção de cercas, currais, fabricação de cela, arreios entre outros.
Nesse meio social poderia existir ainda a figura do escravo vaqueiro auxiliar. Enquanto o vaqueiro recebia um quarto dos bezerros nascidos, ele recebia outros animais: porcos, carneiros. Esses bens podem representar uma futura alforria, depois de o escravo fazer uma economia e comprar a sua liberdade (MOTT, 1985, p85)
O escravo representava um produto bastante caro. Não era qualquer pessoa que conseguia adquiri-lo. Tanto que nem todos os proprietários possuíam escravos. Por outro lado, pessoas que não possuíam grandes propriedades também poderiam possuir escravos. Ter escravo também era uma questão de status social (BRANDÃO. T, 1999).
Os escravos do Fisco eram tratados com menos violência que o particular. O inspetor poderia ser demitido pelos maus tratos. O escravo tinha o direito de ter família, porém era totalmente submissa às vontades do administrador. O escravo também podia produzir para si, em um pedaço de terra cedido pelo seu senhor. Trabalhava na sua produção quando não estivesse ocupado com as tarefas do seu proprietário. Porém havia interesses por trás dessa generosidade. Essa situação significava ajuda no sustento do escravo e evitava que ele empreendesse fuga (BRANDÃO. T, 1999).
Os primeiros negros a chegarem nas terras piauienses vieram juntos com a pecuária, trazidos pelos colonizadores. A presença do escravo na pecuária deveria ter vindo de outras regiões do Brasil (BRANDÃO. T, 1999). O negro, como em outras capitanias, era tratado como mercadoria. Não tinha os direitos que os brancos tinham; era propriedade de alguém, e para viver era obrigado a trabalhar. Entre os escravos havia os mestiços, além de mulheres e crianças.
Nivelava o escravo à condição de objeto, mercadoria comerciável, obrigatoriamente pertencente a alguém. Como ser animalizado, tinha a obrigação de executar trabalhos pesados, degradantes ao homem. Considerado elemento inferior, sem capacidade de assimilação intelectual, necessitava ser tutelado, representado. […] existiam três características fundamentais da escravaria no Piauí: a primeira era que para cada três homens livres existia um escravizado, a segunda, era que existia um grande número de mestiços, e a terceira era que a faixa etária entre os cativos era jovem, com uma significativa representatividade das mulheres, tanto na faixa etárias de crianças, como na faixa etária produtiva, entre 20 e 50 anos. (SOUSA. T, 2012, p. 36 apud FALCI, 1999, p.24)
A mesma pesquisadora relata que a escravidão no Piauí aconteceu sob dois aspectos. O primeiro se refere ao aprisionamento dos índios para atuarem como trabalhadores, guias e militares em confrontos. O seguindo foi a presença do negro escravizado, vindo da África, fornecer a sua força de trabalho nas fazendas.
Há outro ponto interessante a ser observado. Em relação aos escravos e seus proprietários existiam dois grupos: os cativos que pertenciam à Coroa e cativos de proprietários particulares.
Os escravos pertencentes a Coroa são aqueles que residiam nas antigas fazendas de Domingos Afonso Mafrense. Este resolveu sair do Piauí e deixou todos os seus bens aos jesuítas. Porém, com a chegada do Marquês de Pombal, e a expulsão do jesuítas, em 1760, tudo que pertencia aos padres missionários agora era de propriedade da Coroa. Segue o testamento de Mafrense, onde ele relata que possui muitas fazendas, sítios e gado. Ainda alerta para a dificuldade e custos que teve ao explorar as terras piauienses:
Pouco tempo depois da morte de Domingos Afonso Mafrense, os jesuítas assumem a herança que haviam recebido. O primeiro missionário a administrar foi o padre Manuel da Costa. Com a expulsão destes, as fazendas ficaram sob o domínio da Coroa, e passaram a se chamar Fazendas do Fisco ou Fazendas do Real Fisco. Quando a Coroa portuguesa assumiu as fazendas, na década de 1760, elas estavam divididas em sítios ou alugadas para particulares. Os padres jesuítas foram bastante influenciáveis naquela região, chegaram a comprar outras fazendas, todas elas ocupavam um contingente de 700 trabalhadores escravos, entre eles índios e negros (OLIVEIRA, 2007, p.30 apud COSTA, 1974, p.74-75). Logo depois, com a proclamação da Independência, passaram a ser chamadas de Fazendas Nacionais.
Mott (2010) diz que era comum em outras regiões do Brasil o escravo de ganho, aquele que era alugado pelo seu dono para trabalhar para outras pessoas, e o escravo doméstico, aquele que desenvolvia tarefas internas, dentro das residências. Contudo, no Piauí, não havia espaço para o escravo de ganho, pois a organização econômica e social era bastante rudimentar. O maior número de escravos estava nas propriedades rurais desenvolvendo trabalhos nas fazendas. T. Brandão (1999) diz que as atividades nas fazendas não estavam restritas ao cuidar do gado, e essa tarefa era função do vaqueiro. Os escravos poderiam desenvolver atividades na manutenção das fazendas: construção de cercas, currais, fabricação de cela, arreios entre outros.
Nesse meio social poderia existir ainda a figura do escravo vaqueiro auxiliar. Enquanto o vaqueiro recebia um quarto dos bezerros nascidos, ele recebia outros animais: porcos, carneiros. Esses bens podem representar uma futura alforria, depois de o escravo fazer uma economia e comprar a sua liberdade (MOTT, 1985, p85)
O escravo representava um produto bastante caro. Não era qualquer pessoa que conseguia adquiri-lo. Tanto que nem todos os proprietários possuíam escravos. Por outro lado, pessoas que não possuíam grandes propriedades também poderiam possuir escravos. Ter escravo também era uma questão de status social (BRANDÃO. T, 1999).
Os escravos do Fisco eram tratados com menos violência que o particular. O inspetor poderia ser demitido pelos maus tratos. O escravo tinha o direito de ter família, porém era totalmente submissa às vontades do administrador. O escravo também podia produzir para si, em um pedaço de terra cedido pelo seu senhor. Trabalhava na sua produção quando não estivesse ocupado com as tarefas do seu proprietário. Porém havia interesses por trás dessa generosidade. Essa situação significava ajuda no sustento do escravo e evitava que ele empreendesse fuga (BRANDÃO. T, 1999).
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