História, perguntado por SabrinaS1536, 1 ano atrás

Como Plínio Salgado usou as ideias fascistas no Brasil

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Respondido por Juletaa
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Por muito tempo, Plínio Salgado parecia destinado a ocupar um lugar de destaque na literatura. Amigo do escritor modernista Menotti del Picchia, dedicou-se à poesia na juventude. Aos 22 anos, escreveu um dos sonetos mais citados pelos seus seguidores, a Canção das Águias, que termina com um chamado à batalha: “Grita, forceja, anseia e combate impoluta!/ Morre a lutar!/ Morre na luta!/ Mas, antes de morrer, tenta ainda voar!”

Nascido em 1895 na pequena cidade de São Bento do Sapucaí, no interior de São Paulo, Salgado era filho de um coronel de Exército e de uma professora primária, e publicou seus primeiros textos em um jornal semanal que ele próprio fundou – o Correio de São Bento. Sua obra de estreia foi o livro O Estrangeiro. Mas Salgado também quis, desde muito cedo, seguir uma carreira política. Em 1918, ajudou a fundar o Partido Municipalista, que reunia lideranças locais do Vale do Paraíba. As inclinações políticas o levaram à capital paulista. Lá, passou a escrever no Correio Paulistano e teve contato com as ideias do movimento modernista, em especial a vertente “verdeamarelista”, que valorizava a cultura nacional. Salgado criou então o chamado Grupo da Anta (o nome peculiar homenageava o animal que, segundo ele, era o mais importante na tradição tupi) e se dedicou cada vez mais a trabalhar em prol de uma “revolução nacionalista”.

Talvez o livro que mais bem resuma os dois interesses de Salgado seja uma coletânea de título sugestivo: Literatura e Política, lançado em 1927, reunia ensaios defendendo que as mudanças vistas ao longo da história são definidas pelas duas tradições. Ou seja, era necessário que os pensadores de um país “despertassem” para uma nova literatura e um novo pensamento político. Nessa época, Plínio já começava a se aproximar dos conceitos de unidade e valorização da raça que estavam em moda na Europa. No caso brasileiro, entendia, deveríamos exaltar os índios tupis, os autênticos representantes da identidade nacional. Se os nazistas buscavam a pureza racial, o caminho para formar um povo brasileiro “legítimo” era a miscigenação. Em 1928, foi eleito para um cargo político pela primeira vez: deputado estadual em São Paulo pelo Partido Republicano Paulista.

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