Café, o grão que transformou São Paulo em metrópole
Maior cidade do país completa 463 anos de história com forte influência da agricultura
No começo do século XIX, o café já era tratado como investimento pelo Império de Dom Pedro II,
mas ainda não havia chegado às terras de São Paulo, que na época era um centro econômico e
politicamente modesto se comparado a Santos e Rio de Janeiro.
Com a ampliação das plantações no país e também no interior do Estado, a então vila de São Paulo
passou a ser destino de altos investimentos e também casa de barões do café da época. “A
ampliação do café dá uma estrutura para conectar São Paulo ao litoral, que eram conhecidos como
‘serra cima’ e ‘serra baixo’, e tinha o acesso de mercadorias feito nos lombos de burros”, afirma
Marília Bonas, diretora executiva do Museu do Café.
Uma das obras mais importantes foi a construção da ferrovia responsável pelo escoamento do
produto, que aí já era o principal item exportado pelo Brasil e sustentava a economia paulistana.
Milhares de imigrantes chegaram à cidade, que deixava cada vez mais para trás a arquitetura
colonial e ganhava imponência com grandes edifícios. Sedes de grandes bancos e as mansões de
famílias ricas criaram uma nova cidade. A pequena vila então passa a ser um importante centro
comercial com ar contemporâneo. Para Marília, foi o café o grande responsável pela modernização,
urbanização e desenvolvimento da cidade de São Paulo.
Antigamente, as tradicionais famílias do café possuíam propriedades em três regiões do Estado,
vivendo a chamada triangulação. “As famílias cuidavam de uma ou mais fazendas no interior, um
escritório financeiro em São Paulo e outro escritório de representação em Santos, para tratar de
questões de exportação”, diz a diretora do Museu do Café. As mansões ocupavam, em grande
maioria, as regiões da Avenida Paulista, Avenida Angélica e do bairro Campos Elísios. Ao lado de
Santos, era o maior ponto de negociação de café do país.
Essa trajetória de implementação e dominação do café no Estado e na capital paulista durou até
1930. Mas até hoje o grão é prestigiado na maior cidade e centro de consumo do Brasil. “Na esfera
de hábitos e da sociabilidade, São Paulo continua sendo um polo de novas modas relacionadas ao
café”, conclui Marília.
Como bebida, o café segue presente no cotidiano do paulistano, seja nas cafeterias ou nos diversos
pontos da cidade que ainda conservam esse importante capítulo na história da cidade. Na Avenida
Nove de Julho, por exemplo, uma das mais importantes da capital, um monumento homenageia a
figura do colhedor de café. Ao lado da estátua, há ainda alguns pés do grão, que segundo os
moradores locais, rendem um café de boa qualidade na época da florada.
O Brasil ainda é o maior produtor e exportador mundial de café. Na safra que começa em maio, a
previsão é de que o país retire das lavouras até 47 milhões de sacas do grão.
3) De acordo com o TEXTO 2, o que aconteceu com a arquitetura da cidade
de São Paulo quando os milhares de imigrantes começaram a chegar?
4) Copie um trecho do texto que mostre que o café ainda é importante para
a cidade de São Paulo.
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Resposta:
que já era item exportado pelo Brasil e sustentava a economia paulistana
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