A legislação penal do fim do século XIX determinava: a ociosidade era considerada “crime” e, como tal, punida. Reconhecida e legitimada abertamente, a prática da repressão aos desempregados e subempregados – os pobres – ficava clara no discurso dos responsáveis pela segurança pública e pela ordem nas cidades. O controle social dessas camadas deveria ser realizado de forma rígida. Sidney Chalhoub afirma que os legisladores brasileiros utilizam o termo “classes perigosas” como sinônimo de “classes pobres”, e isso significa dizer que o fato de ser pobre o torna automaticamente perigoso à sociedade [...]. A existência do crime, da vagabundagem e da ociosidade justificava o discurso de exclusão e perseguição policial às camadas pobres e despossuídas.
PEDROSO, R. C. Violência e cidadania no Brasil: 500 anos de exclusão. São Paulo: Ática, 2002.
O texto acima discute a configuração das classes sociais no Brasil, tomando como referência as questões da cidadania e da violência. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que, no final do século XIX, no Brasil,
Soluções para a tarefa
De um ponto de vista filosófico, a violência pode ser definida como uma ação ou movimento contrário à ordem estabelecida pela natureza. Foi deste modo que Aristóteles distinguiu o movimento segundo a natureza e o movimento por violência. Enquanto este afastaria as coisas de seu lugar natural, aquele as levaria sempre de encontro a ele. Assim, uma ação violenta é aquela que contraria o estabelecimento de todo tipo de ordem (jurídica, moral, cultural, política).A história dos homens, desde a Antiguidade, é a história da violência e dos modos como as sociedades buscaram controlá-la, através de regras, leis e punições. A convivência humana seria o objetivo de tais ações.
Resposta:
d) o desemprego e a criminalidade referidos às classes populares eram vistos pelos poderes públicos menos como questão social e mais como questão de polícia, dentro de uma concepção restritiva de cidadania.
Questão completa:
O texto acima discute a configuração das classes sociais no Brasil, tomando como referência as questões da cidadania e da violência. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que, no final do século XIX, no Brasil,
a) a ação dos poderes públicos no trato da questão social estava centrada na supressão dos desníveis entre as classes sociais, condição básica para a emergência do Brasil industrializado.
b) a herança colonial da estrutura social brasileira conduzia o poder estatal a reconhecer como legítimas as lutas das classes populares no questionamento da estrutura política oligárquica vigente.
c) o combate às “classes perigosas” obrigava os poderes públicos à implementação de políticas de geração e distribuição de renda, reduzindo, assim, a influência do Partido Comunista Brasileiro junto aos pobres.
d) o desemprego e a criminalidade referidos às classes populares eram vistos pelos poderes públicos menos como questão social e mais como questão de polícia, dentro de uma concepção restritiva de cidadania.
e) a repressão policial restringia-se aos desempregados e subempregados, pois os trabalhadores assalariados eram protegidos por uma legislação trabalhista que garantia, por exemplo, aposentadoria e descanso remunerado.
Explicação:
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