A cidade, portanto, é por natureza anterior à família e a cada homem tomado individualmente, pois o todo é necessariamente anterior à parte; assim, se o corpo é destruído, não haverá mais nem pé nem mão, a não ser por simples analogia, como quando se fala de uma mão de pedra, pois uma mão separada do corpo não será melhor que esta. Todas as coisas se definem sempre pelas suas funções e potencialidades; por conseguinte, quando elas não têm mais suas características próprias, não se deve dizer mais que se trata das mesmas coisas, mas apenas que elas têm o mesmo nome. É evidente, nessas condições, que a cidade existe naturalmente e que é anterior aos indivíduos, pois cada um destes, isoladamente, não é capaz de bastar-se a si mesmo e está, em relação à cidade, na mesma situação que uma parte em relação ao todo; o homem que é incapaz de viver em comunidade, ou disso não tem necessidade porque basta-se a si mesmo, não faz parte de uma cidade e deve ser, portanto, um bruto ou um deus.”
Agora, acompanhe as afirmações abaixo:
I - Segundo Aristóteles, a cidade seria o último estágio de desenvolvimento da vida social.
II - Para Aristóteles, a origem da cidade só pode ser entendida se analisarmos primeiro o indivíduo de maneira separada.
III - Para Aristóteles, a cidade, por ser a totalidade da vida social, deve ser entendida como aquilo que dá sentido tanto ao homem tomado individualmente, como aos grupos aos quais faz parte.
IV - Segundo Aristóteles, as partes sociais, como, por exemplo, a família, são aquilo que precedem a cidade.
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Somente as afirmações I e III estão corretas.
A primeira coisa que devemos lembrar
é que a filosofia de Aristóteles é teleológica; isto é, segue uma ideia de
que as coisas tendem a um fim último. No caso do homem, sua finalidade seria
a de se desenvolver de modo a se tornar um ser político, quer dizer, se
organizar e colaborar para a organização da cidade. Contudo, existem os
degradados, que não colaboram para a existência de leis e da vida política, e
podem existir seres elevados, que não dependeriam da cidade por serem
auto-suficientes, os quais só poderiam ser deuses. Para o filósofo grego, o
homem da pólis é autônomo, livre, justamente por que, que não estão
submetidos à necessidade natural, como os degradados, e nem seguem leis
divinas, eternas e imutáveis, como os deuses.
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