4 - A mulher presente na narrativa sofre violência de seu companheiro. A partir da leitura de trecho da
Lei 11.340, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, responda
o que se pede.
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima [...]
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou
a participar de relação sexual não desejada [...]
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração,
destruição parcial ou total de seus objetos [...]
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
FONTE: . Acesso em: 26 mar. 2021
Das formas de violência listadas no Art.7º da Lei 11.340, qual foi a vivida pela mulher do conto “Para que
ninguém a quisesse”? Foi somente uma ou mais formas de violência que ela sofreu? Justifique sua resposta com trechos do conto e da Lei.
Soluções para a tarefa
De acordo com o texto, a mulher sofre violência psicológica e violência patrimonial, de seu companheiro. Alternativas II e IV.
Observe o texto em estudo:
PARA QUE NINGUÉM A QUISESSE
Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar. Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou as joias. E vendo que, ainda assim, um ou outro olhar viril se ascendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos.Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum se interessava por ela. Esquiva como um gato, não atravessava praças. E evitava sair. Tão esquiva se fez, que foi deixando de ocupar-se, permitindo que fluísse em silêncios pelos cômodos, mimetizada como os móveis e as sombras. Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela. Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite tirou do bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos. Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe agradar. Largou o tecido numa gaveta, esqueceu o batom. E continuou andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a cômoda.
Por violência psicológica, vemos as exigências descabidas de seu companheiro em ordenar que ela deixe de lado sua vaidade. O protagonista da história se mostra machista, entende que os olhares direcionados a sua esposa são culpa dela, ela que deve parar de se enfeitar para que não mais receba atenção.
O marido mostra ter autoestima baixa, não se sente seguro o suficiente ao lado da mulher que escolheu para viver, por isso, a tem como um objeto, totalmente submisso a seus mandos e desmandos, inclusive ao cortar seus cabelos sem sua permissão.
A violência patrimonial é vista em seu autoritarismo em se desfazer de objetos que eram importantes para ela, seus sapatos, suas roupas, e estipular o que ela deveria ou não usar.
No final da história, vemos uma mulher com um psicológico destruído, que não mais sente vontade de viver, esqueceu seus gostos e vontades, virou uma marionete nas mãos de seu homem.
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Bons estudos!